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Ética nas Comunicações Sociais

Fonte: EverybodyWiki Bios & Wiki

{{#set:Bad content=Ciências sociais }} Ética nas Comunicações Sociais é o título de uma instrução, documento promulgado pelo Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, órgão integrante da Santa Sé. Foi publicado na Cidade do Vaticano em 4 de junho de 2000, no Dia Mundial das Comunicações Sociais e Jubileu dos Jornalistas.

O documento é subscrito pelo Arcebispo John Patrick Foley, Titular de Neapolis in Proconsulari, na qualidade de Presidente do Pontifício Conselho e pelo Bispo Pierfranco Pastore, Titular de Forontoniana, então Secretário do organismo e vai divido em cinco partes.

Introdução[editar]

Segundo o documento o bem e o mal provêm do uso que as pessoas fazem dos meios de comunicação. Embora os atos de comunicação, com frequência, tenham consequências involuntárias, são as pessoas que escolhem usar os mass media para finalidades positivas ou negativas, de modo correto ou incorreto.

Essas opções, centrais para a ética, são feitas pelos receptores e especialmente por aqueles que controlam os instrumentos de comunicação social e determinam suas estruturas, linhas de conduta e conteúdo (incluem funcionários públicos, executivos empresariais, membros de repartições governamentais, empresários, editores, diretores de noticiários, produtores, escritores, correspondentes e outros).

As pessoas entram em contato com as outras e com os eventos formando suas opiniões e valores. Não só transmitem e recebem informações, mas com frequência identificam sua vida com a experiência mediática.

ética em fim... é não mentir !

A amplitude e diversidade dos mass media acessíveis às pessoas nos países ricos são surpreendentes: livros e periódicos, televisão e rádio, filmes e vídeos, gravações auditivas e comunicação eletrônica. Os conteúdos dessa efusão são os mais variáveis, vão das notícias ao mero divertimento, da oração à pornografia. Dependendo do uso que fazem do mass media as pessoas podem sentir simpatia ou compaixão, ou isolar-se num mundo narcisista. Nem aquele que evita os mass media pode eximir-se do contato com os outros que são influenciados por eles.

Os conteúdos das opções feitas pelas pessoas, a respeito do mass media, são diferentes de indivíduo para o outro e de um grupo para o outro. Mas todas as opções têm um peso ético e são sujeitas a uma avaliação ética. Para que sejam justas é preciso que se levem à prática neste campo as normas de ordem moral.

A tradição de sabedoria moral, arraigada na revelação divina e na reflexão humana, da Igreja contribui de várias formas para esse diálogo. Sua especial contribuição nas questões humanas, inclusive no mundo das comunicações sociais, é a visão da dignidade humana, que se revela no Verbo encarnado.

Comunicação Social a serviço da pessoa humana[editar]

Lembra o documento que os mass media são chamados ao serviço da dignidade humana, ajudando os indivíduos a viverem bem e a agirem como pessoas em comunidade.

A comunicação social tem o poder de promover a felicidade e a realização humana. Salientaremos aqui, alguns de seus benefícios econômicos, políticos, culturais educativos e religiosos.

Econômicos. O mercado não é uma norma de moralidade, mas pode servir a pessoa, e o mass media desempenha um papel indispensável na economia de mercado. A Comunicação Social apoia os negócios, o comércio, ajuda a estimular o crescimento econômico, o emprego e a prosperidade, encoraja o aperfeiçoamento de bens e serviços, promove a concorrência responsável e torna as pessoas capazes de fazerem opções informadas. Em síntese, a eliminação do mass media provocaria a decadência das estruturas econômicas fundamentais.

Políticos. Beneficia a sociedade, facilitando a participação de cidadãos informados no processo político. Ajuda a formar e sustentar comunidades políticas genuínas. São indispensáveis à democracia. Oferecem informações sobre temas e eventos,. Tornam os governantes capazes de conversar rápida e diretamente com o público. São importantes instrumentos de confiabilidade, põem em evidência a incompetência e a corrupção.

Culturais. Oferecem acesso à literatura e a arte que não são disponíveis às pessoas e assim promovem o desenvolvimento humano no que concerne a ciência a sabedoria e a beleza. Falamos não só de apresentações das obras clássicas e dos frutos da cultura, mas também do divertimento sadio popular.

Educativos. São importantes instrumentos de educação em muitos contextos. As crianças absorvem os rudimentos da leitura e da matemática., antes de freqüentarem a escola, os jovens buscam a formação vocacional, os idosos procuram novos conhecimentos. Além disso, são instrumentos modelos em muitas salas de aula e muitas vezes, os instrumentos de comunicação, inclusive a internet, superam barreiras de distância e isolamento levando oportunidade de conhecimento a áreas remotas.

Religiosos. A vida religiosa das pessoas é enriquecida por meio dos mass media. Transmitem notícias e informações acerca de eventos, ideias e personalidades religiosas: servem como veículo para evangelização e catequese. Por vezes, contribuem para o enriquecimento espiritual das pessoas, por ex. eventos da Igreja, em Roma, transmitidos via satélite.

Uma comunicação assim busca o bem e a realização dos membros da comunidade, no respeito pelo bem comum de todos. Mas é necessário o diálogo para discernir o bem comum.

Comunicação Social que viola o bem da pessoa[editar]

Recorda o documento também que os mass media podem ser usados para obstruir a comunidade e prejudicar o bem: alienando, marginalizando ou isolando os indivíduos, atraindo-os para comunidades com falsos valores e destruidores, fomentando a hostilidade e o conflito. Existem em cada uma das áreas que acabamos de mencionar.

Economia. Às vezes são utilizados par edificar e sustentar sistemas econômicos que promovem a aquisição e a avareza. O Neoliberalismo é um bom exemplo, considera o lucro e as leis de mercado como parâmetros absolutos em prejuízo da dignidade e do respeito do povo. A globalização pode causar maior bem estar, mas algumas nações sofrem explorações e marginalização, decaindo na luta pelo desenvolvimento.

Diante das injustiças, não é suficiente que os comunicadores digam que seu papel consiste em narrar as coisas como elas são. Algumas instâncias do ser humano são ignoradas pelos mass media, enquanto outras são difundidas. Enquanto isso reflete uma decisão de comunicadores espelha também uma seleção injustificável.

As estruturas e políticas da comunicação e a colocação da tecnologia são fatores que tornam algumas pessoas ricas em informação e outras pobres de informação, numa época em que a sobrevivência dependem da informação. É necessário quebras as barreiras e os monopólios que deixam povos a margem do progresso

Política. Políticos inescrupulosos utilizam os mass media para a demagogia e o engano, em benefício de políticas injustas e de regimes opressivos. Desvirtuam os adversários e deturpam e suprimem a verdade. As convenções da democracia são observadas, mas a técnica emprestada da publicidade e das relações públicas são utilizadas em vantagem das políticas exploradoras

Também com muita freqüência, os mass media popularizam o relativismo e o utilitarismo éticos subjacentes à atual cultura da morte. Abonam junto à opinião pública aquela cultura que apresenta o recurso à contracepção, esterilização, aborto e eutanásia como sinal de progresso e liberdade.

Cultural. É comum os críticos desvalorizarem a superficialidade e o mau gosto dos mass media. Não é desculpa dizer que os mass media refletem os padrões populares, pois também esses influem os modelos populares, e assim tem o dever de elevá-los. O problema adquire várias formas. Questões complexas são demasiadamente simplificadas. O entretenimento apresentam programas de corrupção e desumanização.

Educativa. Em vez de promover o conhecimento, os mass media podem distrair as pessoas e fazê-las perder tempo. Entre as causas deste abuso de confiança por parte dos comunicadores está a ganância que coloca o lucro antes das pessoas. Às vezes também são utilizados como instrumento de doutrinação, com a finalidade de controlar o que as pessoas sabem e de lhe negar o acesso à informação. Isso é uma perversão da educação genuína.

Religiosa. Na relação entre os meios de comunicação e a religião há tentação em ambos os lados. Da parte dos mass media, elas incluem: ignora ou marginalizar as ideias e as experiências religiosas, abordar a religião com incompreensão, promover as modas religiosas em desvantagem da fé, abordar grupos religiosos com hostilidade. Os mas media de hoje, frequentemente, refletem o estado pós-moderno de um espírito humano fechado “dentro dos limites da própria imanência, sem qualquer referência ao transcendente”.

Da parte da religião incluem: julgar os mass media de maneira exclusivamente negativa, apresentar as mensagens religiosas com estilo emocional e manipulador, usá-los como instrumento de controle e dominação, ofender a verdade, defender sigilo desnecessário, encorajar o fundamentalismo, o fanatismo e o exclusivismo religioso.

Em síntese, segundo o documento, os mass media podem ser utilizados para o bem ou para o mal, é uma questão de escolha. Afirma que nunca se deve esquecer que a comunicação transmitida pelos mass media não é um exercício utilitarista, com a finalidade de persuadir ou vender. Tampouco é um veículo para ideologias. A comunicação tem a tarefa de unir as pessoas e de enriquecer suas vidas.

Alguns princípios éticos relevantes[editar]

A Instrução afirma que os princípios e normas éticas de outros campos também se aplicam a comunicação social. Os princípios da ética social, como a solidariedade, a justiça, equidade e credibilidade no uso dos recursos públicos e no desempenho de cargos públicos de confiança são sempre aplicáveis.

A ética da comunicação social está relacionada não só ao conteúdo (mensagem) e ao processo da comunicação (modo de comunicar), mas nas questões fundamentais de estrutura e sistemas, que incluem problemas de política que dependem da distribuição de tecnologia e produtos sofisticados (quem serão os ricos e os pobres de informação). Pelo menos nas sociedades abertas, dotadas de economia de mercado, a principal questão ética pode dizer respeito ao modo de equilibrar o lucro em relação ao serviço de interesse público.

O desenvolvimento integral exige não só suficiência de bens e produtos materiais, mas também atenção à dimensão interior. Os indivíduos não podem ser sacrificados aos interesses coletivos.

O segundo seria complementar do primeiro: o bem das pessoas não podem realizar-se sem o bem comum das comunidades às quase pertencem. O bem comum deve ser compreendido como a soma total de objetivos comuns dignos.

Acredita o Pontifício Conselho, de acordo com o documento, que a solução dos problemas que nasceram desta comercialização e privatização não regulamentada, não reside no controle do mass media pelo Estado. Mas numa maior regulamentação, conforme as normas do serviço público, assim como numa maior responsabilidade pública.

A presunção deveria ser sempre favorável à liberdade de expressão, pois sempre que o homem comunica entre si opiniões ou conhecimento, não exerce apenas um direito pessoal mas um dever com a sociedade. Naturalmente, também a livre expressão deveria observar princípios como a verdade, a justiça e o respeito pela privacidade.

Outro princípio relevante destacado na Instrução refere-se a participação pública dos atos decisórios acerca da política das comunicações. Essa participação deveria ser organizada, representativa e não inclinada a favorecimento a grupos particulares.

Os índices de audiência, juntamente com a sondagem de mercado, são muitas vezes considerados os melhores indicadores do sentimento público. Não há dúvida de que a voz do mercado pode ser ouvida dessa maneira. entende, no entanto que as decisões sobre o conteúdo e a política não devem ser deixadas unicamente as fatores do mercado, uma vez que não se pode contar com eles para a salvaguarda do interesse público em geral, ou das minorias.

Os receptores, de sua vez, afirma, também têm deveres éticos. Devem informar-se sobre os mass media (conteúdo, modo de operar e estrutura) e fazer opções responsáveis.

Além da educação mediática, entende que a Igreja tem outras responsabilidades no que concerne a educação social. Primeiro a prática da comunicação de vê ser exemplar, refletindo os padrões de verdade, credibilidade e sensibilidade aos direitos humanos e a outros importantes princípios, entende que o uso do mass media deve ser encorajado para propagar o evangelho.

O direito à expressão deve exercer-se com deferência a verdade revelada e ao ensinamento da Igreja, e no respeito pelo direito eclesial dos outros.

Conclusão[editar]

Conclui dizendo que a humanidade encontra-se a um bom ponto na criação de uma rede global. A tecnologia mediática conquista constantemente novas fronteiras, com enormes potenciais para o bem e para o mal. Enquanto aumenta a interatividade matiza-se a distinção entre os comunicadores e receptores.

Lembra, no entanto, que apesar de seu poder, os meios de comunicação sempre serão instrumentos, ferramentas disponíveis para o uso do bem e do mal. Não exigem uma nova ética, requerem a aplicação de princípios consolidados às novas circunstâncias. A ética do mass media não concerne apenas aos especialistas, pelo contrário, concerne a todos.

A comunidade social pode reunir as pessoas em comunidades de interesse comum. Essas comunidades serão informadas pela Justiça, decência e respeito pelos direitos humanos, comprometendo-se no bem comum? Ou serão egoístas? Pergunta o documento.

Na melhor das hipóteses a comunicação é imperfeita e está em perigo de fracassar. É difícil as pessoas comunicarem de modo consistente e honesto. De resto, no mundo dos mass media as dificuldades inerentes a comunicação são com freqüência enaltecidas pela ideologia, pela avidez do lucro e do controle político, pelas rivalidades e conflitos entre grupos, e por males sociais.

Entende que diante dessa crise a Igreja mostra-se perita em humanidade. Ela não pode conservar para si mesma a verdade acerca das pessoas e da comunidade humana, pois deve compartilhá-la livremente, consciente de que as pessoas podem dizer não a verdade e a ela. Procurando elevar o padrão ético no uso dos meios de comunicação, a Igreja busca o diálogo e a colaboração com os outros. O comunicador cristão em particular tem uma tarefa profética, falar contra falsos deuses e ídolos do nosso tempo.

Considera ainda que é importante ainda falar de Jesus como um modelo para os comunicadores. Na terra Cristo manifestou-se como perfeito comunicador. Não perdeu tempo em discursos inúteis ou em defender-se, nem sequer quando foi acusado e condenado.

Com frequência o ensinamento de Jesus expressava verdades profundas com termos simples e quotidianos. Em sua comunicação demonstrava respeito com o ouvinte. Jesus ensinou que a comunicação é um ato moral: Pois a boca fala aquilo que o coração está cheio. O homem bom tira coisas boas do seu bom tesouro, o mau tira coisas más do seu mau tesouro.

Termina o documento apontando a Jesus como sendo o paradigma e modelo da nossa comunicação. O serviço à pessoa humana, a edificação da comunidade humana assente na solidariedade, na justiça e no amor, e o anúncio da verdade acerca da vida e da derradeira realização em Deus estava, estão e permanecem no cerne da ética nos "mass media".

Ver também[editar]

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