Andrezza Santos

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Andrezza Santos, natural de São Paulo (SP), começou seu envolvimento com as artes logo na infância, aos seis anos, quando deu início aos estudos com violão. Aos 13, angariou o terceiro lugar na competição de calouros “Cantando no SBT”, feito que a colocou em contato com músicos profissionais e abriu portas para que seguisse aprimorando a arte de cantar e tocar, primeiramente com repertório da Música Popular Brasileira, com canções de grandes artistas nacionais como Vinícius de Moraes, Djavan, Lenine, Luiz Gonzaga e outros, para depois produzir suas canções próprias.

Em 2011, com apenas 14 anos, a cantora levou o prêmio de Primeiro Lugar e Melhor Intérprete no São Mateus Festival, em São Paulo, conquistando a oportunidade de gravar seu primeiro EP, intitulado Situação Adversa (pela gravadora Lua Music), cuja canção homônima foi escrita pelos sambistas Everson Pessoa e Vitor Pessoa. Na mesma época, deu um passo importante em sua história quando entrou para um dos conservatórios mais conceituados de São Paulo, a Escola de Música do Estado de São Paulo – Tom Jobim (EMES), onde cursou violão e canto popular. A essa altura, Andrezza já se tornava íntima dos palcos e do público, abrindo shows de Mallu Magalhães, Osvaldinho do Acordeon e Toquinho.

Já no ano seguinte, foi convidada a interpretar canções ao lado da Orquestra Jovem Tom Jobim, no Memorial da América Latina, em São Paulo, seguido por um convite para participar das comemorações ao centenário de Vinícius de Moraes, em 2013, ocasião na qual apresentou-se com Verônica Ferriani, Paulo Neto e Fernando Ébano durante uma série de shows em homenagem ao grande poeta. Ainda em 2013, ganhou atenção nacional ao participar do programa de Raul Gil, aparecendo no quadro “Jovens Talentos”, momento em que pôde mostrar seus atributos artísticos em rede nacional, arrancando elogios do público e dos jurados.

A partir de 2015, já residindo em Juazeiro (BA), Andrezza Santos viu novas oportunidades de trabalho e criação, e foi na cidade baiana que conquistou prêmios, sendo a segunda colocada nas categorias Melhor Canção e Melhor Intérprete no 18º Festival Nacional Edésio Santos da Canção, ao cantar uma composição de Manuca Almeida e Alexandre Leão. Na sequência, veio seu primeiro EP autoral, com seis faixas, chamado O amor é tudo o que nós dissemos que era. Em 2016, retornou à capital paulista para três shows homenageando o grande escritor Jorge Amado, no espetáculo “Uma Noite para Jorge Amado”, ao lado de Zezé Motta e Danilo Caymmi. Foi também nesse ano que fez sua estreia como atriz em “Essa é pra tocar no rádio”, onde também participou como cantora e musicista.

Ao longo de sua carreira, desempenhou a função de atriz em outros espetáculos, como “Cabaré Eleitoral de Palhaços”, dirigido por Demian Reis, e “Cabaré Insulto”, dirigido por Sidnei Cruz, ambos no Aldeia do Velho Chico 2016 (Sesc Petrolina - Petrolina/PE). Mais tarde, ocupou palcos em peças como “Músicas para amar demais”, “Fabulosas Histórias do Rio São Francisco" e "Cenas Narrativas da Memória”. Em outros formatos, participou da contação de histórias “Gastronomia Literária” e do curta-metragem “Encomenda” (2018).

Foi em 2017 que Andrezza levou sua arte ao exterior, quando foi à Europa para apresentar o projeto “Tejopará: Rios que Cantam”, com canções, poemas e artes simbolizando os apelos sociais e poéticos sobre a importância dos rios São Francisco (Brasil) e Tejo (Portugal), promovendo também uma ligação entre as culturas ribeirinhas de ambos os países. No mesmo ano, foi novamente vencedora no Festival Nacional Edésio Santos da Canção, desta vez levando o primeiro lugar como Melhor Intérprete com a música “Cada Um” (Manuca Almeida e Alexandre Leão), também escolhida como a segunda melhor canção do festival.

Com sete músicas, em 2018, deu início a seu primeiro álbum, Alto Lá, com composições próprias e participações como a do cantor juazeirense Fatel na faixa “Bora Ver”. Com três singles lançados neste ano, a cantora lançou o trabalho, oficialmente, em 2019, em que mostra muitas influências da Música Popular Brasileira combinando experimentações eletrônicas, dando, assim, sua assinatura particular ao álbum. Com a música de sua autoria e parceria com Euri Mania, “Não Passarão” foi a grande vencedora na 21ª edição do Festival Edésio Santos da Canção nas categorias Melhor Canção, Júri Popular e Melhor Intérprete. Já a faixa “Cansei” ficou entre as 24 melhores na 48ª edição do Festival Nacional da Canção (FENAC), em Minas Gerais, um dos mais antigos do país; com “Árvore Anciã”, parceria com o rapper juazeirense Euri Mania, ficou no top 50 da 16ª edição do Festival de Música Educadora, iniciativa do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (Irdeb). Andrezza foi também destaque na 4ª edição da Mostra Sesc de Música, do SESC Salvador, garantindo classificação dentre os 12 selecionados do projeto. O trabalho foi também indicado como um dos melhores discos do ano pelo El Cabong, de Salvador, referência nacional de crítica musical.

Alto Lá repercutiu também como projeto social e tornou-se uma Aula Espetáculo, apresentada em mais de dez escolas em Juazeiro (BA), Petrolina e Santa Maria da Boa Vista, ambas em Pernambuco. A Aula serviu como diálogo sobre questões feministas levadas aos alunos da rede pública com o intuito de conscientizar sobre padrões de beleza, relacionamento abusivo, tipos de violência (verbal, física, emocional) e o crescente empoderamento feminino.

Andrezza Santos também é atuante como produtora musical, tendo assinado diversos trabalhos como a trilha sonora original do programa “Na ponta da língua”, do portal Culturama, trilha sonora do espetáculo de dança “Revoada”, da dançarina Julia Gondim, a produção de jingles para campanhas políticas, além de emprestar sua voz para a locução da campanha “Vem pro SESC”, de Petrolina.

Para 2021, Andrezza prepara seu segundo álbum, Eutrópica, com canções autorais e que trazem a participação de diversos musicistas e produtores baianos, como Iago Guimarães, Soneca Martins e o duo Antônima. Dividido em três partes, o novo trabalho reflete as tantas influências da cantora, que apresenta musicalmente os contrastes entre a capital São Paulo e o interior baiano, traçando paralelos culturais e sociais das duas regiões. Eutrópica é construído com as narrativas da própria Andrezza, que conta, através das canções, sua história de vida e de música. O trabalho foi contemplado pelo Programa Aldir Blanc Bahia de fomento à cultura e é acompanhado de videoclipes, como “A gente Ia longe” e “Vagão Vazio”, além de uma série em vídeo com quatro capítulos. A primeira parte de Eutrópica, intitulada “Sapopemba”, referência ao bairro da zona leste de São Paulo onde ela morava, foi lançada em 20 de maio e está disponível nos serviços de streaming como Spotify, Deezer e YouTube.