Consumo colaborativo
Consumo colaborativo, também conhecido por economia colaborativa ou economia compartilhada, é um ecossistema sócio-econômico construído em torno do compartilhamento de recursos humanos, físicos e intelectuais[1]. Essa prática comercial que possibilita o acesso a bens e serviços sem que haja necessariamente aquisição de um produto ou troca monetária entre as partes envolvidas neste processo.
A economia colaborativa inclui a criação, produção, distribuição, comércio e consumo compartilhado de produtos e serviços por diferentes indivíduos e organizações[1]. Compartilhar, emprestar, alugar e trocar substituem o verbo comprar no consumo colaborativo.
A ideia existente por trás do consumo colaborativo vai ao encontro das principais questões e tendências deste início de século XXI: novas configurações sociais decorrentes do advento da internet e do relacionamento em rede; preocupação com o meio ambiente e valorização de hábitos mais sustentáveis; recentes crises econômicas de impacto global.
Com o desenvolvimento das novas tecnologias, a noção de posse perde sentido perante a oportunidade de acesso. Em um ambiente em constante mudança, onde informações e produtos se tornam obsoletos cada vez mais rápido, a antiga ideia de possuir algo não se mostra mais tão vantajosa. Ter acesso ao que se deseja apenas durante o tempo que for necessário é uma atitude mais dinâmica do que estabelecer compromissos e arcar com as responsabilidades a longo prazo que a posse acarreta. Esse tipo de consumo baseado no compartilhamento agrega valor à experiência em detrimento apenas do ter.
Ao buscar experiências e não somente objetos de compra, os consumidores estão mais voltados à satisfação de sua necessidade e ao real objetivo que uma troca comercial possui. No consumo colaborativo, a estrutura de oferta e demanda não é tão rígida e limitada como na compra tradicional: não há moeda fixa de escambo nem posse única ou total de um objeto. A prática comercial no consumo colaborativo é uma interação entre partes interessadas em ter acesso ao que o outro oferece. Toda esta configuração se mostra compatível com as relações que estabelecemos na internet, em uma comunicação que não é mais frontal, mas na qual ocorre produção de conteúdo de ambos os lados: todos são receptores e emissores ao mesmo tempo. Essa estrutura comunicativa da internet migrou para o mundo dos negócios na forma do consumo colaborativo: não há mais separação entre vendedor e comprador, mas uma relação mútua de escambo entre partes.
Outra tendência atual que está diretamente relacionada ao surgimento desse novo tipo de comércio é a preocupação com o meio ambiente e a preferência por atitudes mais sustentáveis, que atendam às necessidades dos consumidores sem causar tanto impacto na natureza. Por meio do consumo colaborativo, tem-se acesso a uma maior gama de produtos sem que haja necessidade de aumentar a produção dos mesmos; eles são compartilhados, reutilizados, pertencem a uma coletividade e não apenas a um indivíduo. A princípio, pode parecer que o consumo colaborativo acarreta uma desvalorização do dinheiro, mas isso não é necessariamente verdade. O aluguel de diferentes tipos de bens e serviços já constitui-se em oportunidades de negócios milionárias, principalmente no mercado norte-americano. Sites de aluguel de produtos e serviços são negócios lucrativos, que movimentam a economia tal como as práticas tradicionais de comércio. As relações sociais influenciam a ação, os resultados e as instituições econômicas.
O consumo colaborativo não traz apenas ganhos à economia, sendo também responsável por mudanças na condução dos negócios e posicionamento das empresas. Neste novo contexto, o marketing não está mais focado no produto, mas no que ele representa para o consumidor e em quais experiências ele pode proporcionar.
Referências
- ↑ 1,0 1,1 «Economia colaborativa: compartilhar ao invés de centralizar». Trocaria. 20 de outubro de 2016. Consultado em 23 de outubro de 2016. Arquivado do original em 24 de outubro de 2016
Bibliografia[editar]
- RIFKIN, Jeremy. The Age of acess
- Kotler, Philip. Marketing 3.0
Ligações externas[editar]
- www.consumocolaborativo.cc Consumo Colaborativo no Brasil
- Economia colaborativa: compartilhar ao invés de centralizar - Trocaria
- Novas plataformas movimentam o turismo brasileiro
- Plataforma de viagens compartilhadas dá dica de apps para quem viaja sozinho
Este artigo "Consumo colaborativo" é da wikipedia The list of its authors can be seen in its historical and/or the page Edithistory:Consumo colaborativo.