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Imigração italiana na Bahia

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A imigração italiana na Bahia é um processo de transferência de população nativa da Itália para o estado brasileiro da Bahia.

Antecedentes[editar]

Pode-se notar a imigração, meados do século XIX, em Salvador ondeoperavam agentes comerciais, companhias de navegação e representantes diplomáticos de todos os principais países, dentre os quais três dos maiores estados que compunham então a Península italiana: o Reino das Duas Sicílias, o Estado Pontifício e o Reino de Sardenha. Em 1850, o consulado da monarquia piemontesa estimava em acerca de 150 o número de súditos ali residentes, os quais pertenciam quase todos à colônia de genoveses que, desde 1820, habitava na cidade portuária . Esta devia ser a maior coletividade peninsular em Salvador, mesmo que muitos deles fossem marinheiros, os quais não residiam na Bahia de forma permanente. A partir de 1855, os dados da polícia portuária de Salvador registram um decisivo aumento, ao mesmo tempo em que se gestava a unificação nacional italiana.

Naquela época, empresas de capital inglês estavam investindo no setor dos transportes ferroviários e, como as relações do Piemonte com o Reino Unido já eram muito amistosos, 912 operários foram recrutados em Turim pela companhia que construiu a linha de Salvador até o São Francisco. Os primeiros emigrantes aportaram em 1858 e, no ano seguinte, se somaram a eles outros 240. Alojados na fazenda “São Tomé de Paripe”, os piemonteses distinguiram-se, a juízo dos seus empregadores, pelo seu caráter indisciplinado, mas é necessário ter em conta as terríveis condições higiênico-sanitárias aos quais foram submetidos: muitos adoeceram e morreram de febre amarela, o que levou mais da metade dos sobreviventes a abandonar a empresa e a voltar para pátria. 3Apesar disso, em 1860, 446 italianos trabalhavam ainda na construção da ferrovia, que em 1863 alcançou Mata de São João (a 61 km da capital) e, em 1870, Alagoinhas.

Naquela época eles constituíam o 16,5% dos 2.639 empregados, 2.069 dos quais “eram brasileiros [...], 107 ingleses, 11 alemães, 4 franceses e 2 suíços”. Nos anos seguintes alguns Italianos estabeleceram-se nas novas cidades crescidas com o trem e se dedicaram a outras atividades, principalmente ao comércio. Outros foram atraídos para as minas de diamantes e de nitrato de potássio da Chapada Diamantina, ao redor das quais o desenvolvimento tinha-se acelerado nos trinta anos anteriores.

Registros da Imigração italiana[editar]

Entre 1856 e 1864 desembarcaram em Salvador 1.622 portugueses, 1.267 italianos, 661 ingleses, 299 alemães e  281  franceses e, salvo no  caso dos portugueses, todos eles vinham em grupos organizados para cumprir tarefas específicas: construir ferrovias e desenvolver a mineração. Em 1857, 150 trabalhadores da Confederação Germânica chegaram às dependências da Companhia Metalúrgica de Assuruá, um empreendimento de capital misto teuto-brasileiro que tentou, sem fortuna, extrair ouro na margem direita do São Francisco. A expedição era patrocinada pela Associação Baiana de Colonização e alentada pelo governo local, tanto que, em primeiro de setembro daquele ano, o Presidente da Província João Lins Sinimbú, declarou publicamente, a propósito dos alemães: “Felizmente, de todas as nacionalidades, é ela a que mais se aclimata entre nós”. Se esta afirmação terá de ser desmentida por múltiplos exemplos na história da Bahia, igualmente o serão os auspícios de outro Presidente da Província Imperial.

Italianos em Jequié[editar]

Jequié é a cidade baiana que mais recebeu imigrantes italianos no estado da Bahia, embora a colônia tenha entrado em decadência a partir de meados do século XX. Diferente do que aconteceu com a colônia italiana de Itiruçu, por exemplo, que apesar da miscigenação com brasileiros de diversas etnias, houve uma certa conservação de costumes..

Os italianos radicados em Jequié vieram principalmente de Trecchina (pronuncia-se Tréquina), na região da Basilicata. O pioneiro foi o já citado Giuseppe "José" Rotondano, que viu em Jequié um grande potencial econômico, na época arraial de passagem para tropeiros. Com o tempo vieram mais conterrâneos seus, que foram de significativa importância para o crescimento da cidade. Tanto, que na década de 1930 o italiano Vicente Grillo era um dos homens mais ricos da Bahia, e Jequié era a quarta cidade do estado em economia.

Italianos de destaque durante a primeira metade do século XX[editar]

  • Giuseppe "José" Rotondano: pioneiro da colônia italiana em Jequié
  • Vincenzo "Vicente" Grillo: capitalista, grande filantropo e benemérito
  • Antonio Lomanto ("Tote Lomanto"): agricultor, fazendeiro e pai do ex-governador Lomanto Júnior
  • Giovanni Battista Scaldaferri (o "Batista Scaldaferri"), que, com seus irmãos Antônio, Attilio e Ferdinando, tiveram grande atuação na cidade com a empresa Batista Scaldaferri & Irmãos, bem como à frente do Vice-Consulado da Itália na Bahia, entre 1914 e 1930
  • Padre Spínola: educador, fundou o "Gymnasio de Jequié" (CEMS)
  • Ferdinando "Fernando" Biondi e Almerico Biondi: irmãos e donos da "Grande Padaria Bahiana", a maior em Jequié na época
  • Michele "Miguel" Ferraro: dono do "Bar e Pastellaria Fascista", que fechou em 1942 por ordem do governo brasileiro, durante período da Segunda Guerra Mundial
  • Gerardo "Geraldo" Orrico: empresário e sócio-fundador da "Geraldo Orrico & Cia", firma fundada em 1907
  • Andrea "André" Leto: foi proprietário, ainda nos anos 1920, de um dos primeiros cinemas de Jequié, o "Ítalo-Brazil"

Prenomes e sobrenomes aportuguesados[editar]

Um fato muito interessante foi o "aportuguesamento" de prenomes e sobrenomes estrangeiros. Muitos imigrantes viam nessa prática uma forma de se "familiarizarem" com o país que os acolhia. A intenção do estrangeiro era ser aceito, com mais facilidade, pelas pessoas com quem passariam a conviver.

Com isso, quase todos os italianos de prenome Giuseppe tiveram a grafia modificada para José. É o caso do comerciante Giuseppe Rotondano que chegou em Jequié ainda no século XIX. Outro caso similar foi o do empresário Vincenzo Grillo, que teve o prenome modificado para Vicente. Já o também italiano Andrea Leto preferiu ser conhecido como André.

Os sobrenomes também foram modificados, por causa dos frequentes erros de escrivães em cartórios. A família Senhorinho, por exemplo, tem origem um tanto obscura, e talvez foi fruto desses erros de cartório. Provavelmente, a palavra é uma corruptela da italiana Signorino. Da mesma forma, os sobrenomes espanhóis Peletero e Sanchéz, viraram Peleteiro (com i) e Sanches (com s e sem acento).

Referências

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