Rodolfo Gustavo da Paixão
Marechal Rodolfo Gustavo da Paixão[nota 1] ou Rodolpho Gustavo da Paixão (São Brás do Suaçuí, então distrito de Entre Rios de Minas, 13 de julho de 1853 — Rio de Janeiro, 18 de novembro de 1925) foi um militar, político e poeta brasileiro, reformado em 1913 no posto de general de brigada, atingindo o posto de marechal ao passar para a reserva. Era abolicionista e republicano, fazendo grandes discursos para as massas.
Serviu em Cruz Alta, Rio Grande do Sul, onde casou, em 1883, com Josephina Annes Dias da Paixão, filha do Coronel Diniz Dias, Barão de São Jacó, um dos fundadores do município de Ibirubá.
Era primo de Antônio Jacó da Paixão, um dos signatários da Constituição brasileira de 1891.
Depois de proclamada a República, foi nomeado presidente do estado de Goiás pelo governo provisório do marechal Deodoro da Fonseca, em 24 de dezembro de 1889. Tomou posse em 24 de fevereiro de 1890. Em 20 de janeiro de 1891 deixou a presidência do estado de Goiás, reassumindo em 18 de julho de 1891.
Leopoldo de Bulhões e seus aliados promulgaram a Constituição do Estado de Goiás em 1º de junho de 1891. Rodolpho Paixão, em decreto de 10 de julho de 1891, cassou o mandato dos vinte e quatro parlamentares que assinaram a ata de abertura da Constituinte e os processou pelos crimes de desobediência, sedição e usurpação de funções. Com a renúncia do presidente da República marechal Deodoro da Fonseca e a posse do vice-presidente marechal Floriano Peixoto, foi destituído da presidência do estado de Goiás em 7 de dezembro de 1891.
Durante a Revolta da Armada de 1893, foi comandante da guarnição de Minas Gerais.
Rodolfo Paixão foi diretor da Colônia Militar do Alto Uruguai, chefe de obras militares nos estados do Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais e Rio Grande do Sul e interventor no estado do Maranhão no governo de Nilo Peçanha. Foi ainda deputado federal por Minas Gerais em 1897 e reeleito para as cinco legislaturas subsequentes. Rodolfo Gustavo da Paixão presidiu a Comissão de Marinha e Guerra da Câmara dos Deputados e foi um dos parlamentares que mais brilhantemente trabalharam pela remodelação do Montepio.
Publicou os poemas:
- Scenas da escravidão (Rio de Janeiro, 1874)
- Victor Hugo e Castellar (Rio de Janeiro, 1876)
- Senio (Alto Uruguai, 1881)
- A Inconfidencia (Rio de Janeiro, 1896)
- Trinos e cantos (Rio de Janeiro, 1896)
- Miscelânea, líricos, facetos, quadros, turbilhões. (Porto Alegre, 1885)
- Dor!
Escreveu ainda:
- Montepio dos empregados públicos de Goiás (Goiás, 1891)
Rodolfo Gustavo da Paixão foi membro da comissão de redação da Revista da Sociedade Phenix Litteraria no primeiro semestre de 1878 e no primeiro semestre de 1879.
Frases[editar]
“ | A capital de Goiaz é, sem dúvida, uma daquelas cidades cujo estado sanitário, dia a dia pior, reclama às mais prontas e enérgicas providências. Situada em meio de uma bacia, conquanto sôbre terreno acidentado, cercada de altos montes que comprimem em diminuto âmbito, embaraçando-lhe a regular ventilação, estreitando-lhe, demais, o horizonte visual; castigada por excessiva temperatura graças à sua baixa latitude de quase 16° Sul, não corrigida pela altitude ou por causas locais; com uma edificação à antiga, obedecendo, in totum, à arte colonial, que era antes a negação dos mais rudimentares princípios arquitetônicos e dos mais salutares preceitos da moderna higiene, espreguiçando-se às margens do rio Vermelho, mas curtindo verdadeira sêde de Tântalo, visto como a água viscosa dêste ribeiro, despejo e lavadouro da população, não é e nem pode ser convenientemente distribuída às casas, e porque a fornecida pelo único chafariz existente e parcas fontes carece das condições de abundância e necessária potabilidade; desprovida de bom sistema de esgostos, capaz de evitar o uso prejudicialíssimo das latrinas perfuradas no terreno, onde as matérias fecais sem escoamento entram em rápida decomposição e exalam deletérios miasmas e, absorvidas pelo subssolo, bastante permeável, comunicam-se com os poços de serventia, de ordinário abertos nas proximidades daquelas focos de infecção, a decadente Vila-Boa hospeda em seu seio poderosos agentes de destruição, que hão de, em breve, transformá-la em vasta Necrópole, onde a morte campeie com todo o seu cortejo de horrores.[1] | ” |
Galeria[editar]
-
Revista da Sociedade Phenix Litteraria
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Mensagem Dirigida ao Congresso Constituinte de Goyaz
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Mensagem Dirigida à Câmara Legislativa de Goyaz
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Caricatura
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Timbre da Escola Militar do Império do Brasil em 1881
Condecorações[editar]
Recebeu do governo brasileiro a Medalha de Ouro dos Serviços Militares e, de Portugal, a comenda de Cavaleiro da Ordem de Aviz.
Cavaleiro da Imperial Ordem de São Bento de Avis[editar]
Medalha Militar de Ouro[editar]
Bibliografia[editar]
- Alzira Alves de Abreu (2015). Dicionário histórico-biográfico da Primeira República (1889-1930), Fundação Getulio Vargas.
- MONTEIRO, Norma de Góis (Coord.) (1994). Dicionário biográfico de Minas Gerais: período republicano 1889-1991. Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
- Sacramento Blake (1902). Diccionario Bibliographico Brazileiro. Imprensa Nacional, sétimo volume.
Ver também[editar]
Referências
- ↑ Agosto de 1890
Notas
- ↑ A grafia original do nome do biografado, Rodolpho Gustavo da Paixão, deve ser atualizada conforme a onomástica estabelecida a partir do Formulário Ortográfico de 1943, por seguir as mesmas regras dos substantivos comuns (Academia Brasileira de Letras – Formulário Ortográfico de 1943). Tal norma foi reafirmada pelos subsequentes Acordos Ortográficos da língua portuguesa (Acordo Ortográfico de 1945 e Acordo Ortográfico de 1990). A norma é optativa para nomes de pessoas em vida, a fim de evitar constrangimentos, mas após seu falecimento torna-se obrigatória para publicações, ainda que se possa utilizar a grafia arcaica no foro privado (Formulário Ortográfico de 1943, IX).