Rua Ferrúcio Castagna
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| Rua Ferrúcio Castagna | |
|---|---|
 Brasil SP  São Paulo
| |
 Rua Ferrúcio Castagna, no Jardim Rubilene, distrito de Pedreira, município de São Paulo - SP, CEP 04475-450 | |
| Extensão | 300 m |
| Início | Avenida Aldo João Rinaldi |
| Interseções | Rua Halevy Rua Mary Garden |
| Estado | SP |
| Cidade | São Paulo |
| Bairro(s) | Jardim Rubilene |
| Fim | Rua Oito |
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A Rua Ferrúcio Castagna (CADLOG 70.905-0; CEP 04475-450) é um dos logradouros do Jardim Rubilene, distrito de Pedreira do município de São Paulo, capital do estado de São Paulo. A rua, ocupada principalmente por residências e casas comerciais, situa-se em bairro residencial popular originado no loteamento Jardim Rubilene, aberto na década de 1970, nas proximidades da Represa Billings. A rua é principalmente conhecida por ser a localização da Casa das Minas de Toia Jarina (ou "Casa das Minas Thoya Jarina"), casa de Tambor de Mina fundada em 22 de abril de 1977 por Toy Vodunnon Francelino de Shapanan (Francelino Vasconcelos Ferreira), pioneiro das religiões afro-brasileiras, também conhecido como Francelino de Xapanã (1949-2007).[1][2][3][4]
Histórico[editar]
A Rua Ferrúcio Castagna surgiu no loteamento Jardim Rubilene, aberto por volta de 1970 nas proximidades da Represa Billings. Anteriormente denominado Rua 4, foi oficializado por meio do Decreto nº 15.872, de 10 de maio de 1979, Art. 1º, inciso 11, que deu denominação à nova rua, entre outras, com o teor: "RUA FERRÚCIO CASTAGNA - código CADLOG 70.905-0 a Rua "4", do Jardim Rubiline (Setor 173 - Quadras: 116 e 119/AR-SA). Começa na Avenida "2" (agora denominada Aldo João Rinaldi) e termina na Viela "2", situando-se entre a Avenida José Celso Pinto Coelho e a Rua "6", no 29º Subdistrito - Santo Amaro."[5]
Homenageado[editar]
Batizado Feruccio Castagna (São Paulo, 24/08/1895 - 19/04/1959), por ter sido filho de imigrantes italianos estabelecidos no Bairro Operário da Mooca, o homenageado teve seu nome frequentemente nacionalizado para Ferrúcio Castagna em seus documentos pessoais, muitas vezes assinando e sendo designado como Ferrúcio Castanha (com ou sem acento), porém tendo sido um dos poucos integrantes da Família Castagna cujo sobrenome foi preservado e transmitido aos descendentes na forma original. Foi músico (violinista, compositor e diretor de conjunto regional de música popular), pintor e comerciante no bairro da Mooca, onde residiu toda a vida (de 1895 a 1921 no Largo São Rafael; de 1921 a 1959 na Rua Curupacê), trabalhando na Mooca e em bairros da Zona Central de São Paulo.[6]
Ferrúcio Castagna foi um dos integrantes da Família Castagna que iniciou o povoamento e a construção de casas no logradouro que em 1935 passou a ser denominado Largo São Rafael,[7][8] filho dos imigrantes italianos Antonio Castagna (1862-1939) e Amalia Turcato Castagna (1873-1947).[6] Casou-se com Clarice Biscuola (1898-1978), filha do imigrante italiano homenageado no Passeio Ettore Biscuola do município de Osasco,[9] a qual dá nome à Rua Clarice Biscuolla Castagna, no atual bairro do Brooklin Novo (São Paulo), com erro na grafia do sobrenome de solteira Biscuola.[10] Como músico popular, vivenciou a prática da música ao vivo nos cinemas, nas décadas de 1920 e 1930 e liderou um dos conjuntos musicais característicos do bairro da Mooca, nas décadas de 1940 e 1950, o "Triumpho da Mooca", no mesmo período em que Adoniran Barbosa iniciou suas homenagens aos bairros populares e operários de São Paulo (principalmente Brás e Bixiga).[11] Há um verbete com a biografia de Ferrúcio Castagna no Dicionário de Ruas do Arquivo Histórico Municipal de São Paulo:[11]
"Ferrucio Castagna (São Paulo, 24/08/1895 - São Paulo, 19/04/1959) foi um dos 12 filhos do imigrante italiano Antonio Camillo Castagna, que desembarcou no Porto de Santos em 05 de abril de 1888, do navio Matteo Bruzzo, em companhia do pai e de outros parentes. O homenageado nasceu no Largo São Rafael (Mooca), em pequeno núcleo urbano, cujas primeiras casas foram construídas por seu pai e seu tio Giuseppe. Construiu casa na Rua Curupacê (Mooca) em 1921 e desde então trabalhou como pintor, comerciante e músico. Tocou violino em cinemas da Mooca nas décadas de 1920 e 1930. Fundou e liderou, de 1941 a 1956, o conjunto musical Triunfo da Mooca, sediado em sua casa (Rua Curupacê, 672), constituído pelos músicos Ferrucio Castagna (violino), José Luís Cardoso (clarineta) Antonio Gobbo (violão), Angelo Gobbo (cavaquinho), José (pandeiro) e Cristóvão (acordeom). Deixou composições populares e um acervo manuscrito com música popular urbana da primeira metade do século XX. Foi sepultado no Cemitério do Brás (Quarta Parada), em São Paulo."[11]
Casa das Minas de Toia Jarina[editar]
Ver artigo principal: Francelino Vasconcelos FerreiraA Casa das Minas de Tóia Jarina ou Casa das Minas Thoya Jarina, uma das mais conhecidas casas de Tambor de Mina na cidade de São Paulo, foi fundada na Rua Ferrúcio Castagna em 22 de abril de 1977 por Toy Vodunnon Francelino de Shapanan (Francelino Vasconcelos Ferreira), mais conhecido como Francelino de Xapanã (Ilha de Marajó, PA, 1949 - São Paulo, SP, 18 de fevereiro de 2007), um sacerdote da religião dos voduns, bisneto de mãe Basília Sofia de Tói Lissá (Massionokou Alapongi), fundadora do Ilê Axé Niamê (Terreiro do Egito), em 12 de dezembro de 1864,[12] em São Luís do Maranhão.[13][14] Francelino de Xapanã é considerado pioneiro das religiões afro-brasileiras, por ter transportado para o Sudeste o Tambor de Mina, antes restrito à Região Norte do Brasil.[15]
Ver também[editar]
- Arquivo Histórico Municipal de São Paulo
- Tambor de Mina
- Família Castagna
- Família Biscuola
- Imigração italiana no Brasil
- Lista das famílias italianas no Brasil
Ligações externas[editar]
- Dicionário de Ruas - Arquivo Histórico Municipal de São Paulo
- Família Castagna no Portal da Mooca
- Leis Municipais
Referências
- ↑ «Breve Histórico – Casas das Minas de Thoya Jarina». Comunidade de Santo. 18 de abril de 2010. Consultado em 16 de abril de 2019
- ↑ «Casa das Minas de Toya Jarina». www.facebook.com. Consultado em 16 de abril de 2019
- ↑ Ferretti, Mundicarmo (2000). Desceu na Guma: o caboclo do Tambor de Mina em um terreiro de São Luís; a Casa Fanti-Ashanti (PDF). São Luís, MA: EDUFMA. Consultado em 16 abr. 2019
- ↑ Oba, Carol ty. «Tambor de Mina - Portal Afroxé». www.portalafroxe.com.br. Consultado em 16 de abril de 2019
- ↑ «Leis Municipais». leismunicipais.com.br. Consultado em 16 de abril de 2019
- ↑ 6,0 6,1 Mooca, Portal da. «Família Castagna». Portal da Mooca. Consultado em 16 de abril de 2019
- ↑ «São Rafael». Arquidiocese de São Paulo. 28 de agosto de 2014. Consultado em 18 de abril de 2019
- ↑ «Paróquia São Rafael». Paróquia São Rafael. Consultado em 18 de abril de 2019
- ↑ «Leis Municipais». leismunicipais.com.br. Consultado em 10 de abril de 2019
- ↑ «Leis Municipais». leismunicipais.com.br. Consultado em 10 de abril de 2019
- ↑ 11,0 11,1 11,2 «DICIONÁRIO DE RUAS». dicionarioderuas.prefeitura.sp.gov.br. Consultado em 16 de abril de 2019
- ↑ Baião de princesas do Terreiro do Egito.
- ↑ «Nas Pegadas dos Voduns». Consultado em 15 de novembro de 2011
- ↑ Livro Encantaria brasileira: o livro dos mestres, caboclos e encantados, de José Reginaldo Prandi e André Ricardo de Souza, Ed. Pallas, 2001.
- ↑ Trecho do livro Na metrópole: textos de antropologia urbana, de José Guilherme Cantor Magnani e Lilian de Lucca Torres.
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