TV Cultura (Florianópolis)
TV Cultura | |
---|---|
Televisão Cultura S/A | |
Brasil | |
Cidade de concessão | Florianópolis |
Canais 📺 | 6 VHF analógico |
Sede | Florianópolis |
Fundador 👨💼️ | Darci Lopes |
Pertence a | Rede Comunicações Eldorado |
Proprietário | Manoel Dilor de Freitas |
Antigo proprietário | Darci Lopes (1970-79) Mário Petrelli (1979-82) Manoel Dilor de Freitas (1982-95) |
Fundação | 31 de maio de 1970 (54 anos) |
Extinção | 1 de setembro de 1995 (29 anos) |
Cobertura | Grande Florianópolis |
Agência reguladora | DENTEL (1970-95) |
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A TV Cultura foi uma emissora de televisão brasileira sediada em Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina. A emissora operava no canal 6 VHF analógico e era afiliada à Central Nacional de Televisão (CNT). Entrou no ar em 1970 e foi extinta em 1995, sendo a primeira e a mais antiga em Santa Catarina.
Como acontece em todas as emissoras de TVs brasileiras sintonizadas no canal 6 VHF analógico, a emissora podia ser ouvida na rádio, sendo sintonizada na FM 87.75 MHz.
História[editar]
A TV Cultura entrou no ar em 31 de maio de 1970 com equipamentos os emprestados da TV Tupi do Rio de Janeiro por seis meses, após a cerimônia de inauguração pelo dono Darci Lopes (ou Darcy Lopes), instalada no alto do Morro do Antão (também conhecida como Morro da Cruz)[1][2] como afiliada à TV Tupi, única emissora na em uma capital na Região Sul que não era da Emissora Associada, até então a Tupi tinha emissoras próprias, a TV Paraná de Curitiba e a TV Piratini de Porto Alegre.[3][4]
A emissora tinha uma sociedade de 178 cidadãos como sócios. Os diretores eram além do Darci Lopes, Lauro Caldeira de Andrada, Leon Schmigelow, Arno Schmidt, Frederico Buendgens e Ody Varela. O primeiro apresentador do telejornal foi Dirceu Freitas Flores, que também era responsável pela regulagem da emissora dos antigos transmissores a valvula, numa época que não havia profissionais.
Após sua inauguração, a emissora compra equipamentos importados de alto nível para uso próprio com "um moderno transmissor Philips, com dispositivo para emissão em cores, instalado pela primeira vez no Brasil",[5] fazendo com que a emissora fosse umas das mais equipadas do país na época.[1][2] Os equipamentos emprestados por seis meses pela TV Tupi Rio de Janeiro são devolvidos no fim de novembro.[1][2]
Foi na época em que a emissora conta o apoio técnico da TV Tupi de São Paulo e em troca se comprometia a exibir a programação da emissora paulista ao invés de ser uma mera retransmissora de sinal da TV Piratini, pois as dificuldades eram inúmeras. Como não havia transmissões correntes em sinais de micro-ondas, os programas da Tupi chegavam por transporte rodoviário, com duas semanas de defasagem em relação à transmissão ao vivo gerada em São Paulo. Nos verões, as fitas vinham danificadas pelo calor. A conjunção destes motivos levou a TV Cultura à ampliar a sua produção local de programas. Na época do lançamento da emissora, a primeira marca da emissora era simples e sem som.
No entanto, o fundador da emissora já realizou experiência de televisão em 1963, quando criou uma rede de cinco repetidoras para repetir o sinal da TV Piratini de Porto Alegre (capital do Rio Grande do Sul) da Emissora Associada (como eram chamadas as emissoras próprias e afiliadas à Rede Tupi) em duas cidades com repetidores (Osório e Torres) enquanto em Santa Catarina com outras três (Araranguá, Tubarão e Imbituba), mas as imagens eram de qualidade inferior com chuvisco.[6] Durou até dezembro de 1964, quando foi inaugurada a TV Florianópolis no canal 11 VHF analógico, que era transmissão pirata até sair do ar em março de 1965[6] de forma controversa, pois três versões para seu fim: a primeira versão diz que a torre foi derrubada após vendaval ou alguém que retirou parafusos para derrubar a torre que ficou pendurada; a segunda diz que agentes do Conselho Nacional de Telecomunicações (CONTEL) lacraram a emissora após denúncias (provocando suspeita de interferência do Ministério das Comunicações) e que posteriormente a torre foi derrubada; a terceira foi que a torre foi derrubada após vendaval ou alguém que retirou parafusos para derrubar e quando os agentes do CONTEL iriam lacrar a emissora após denúncias de ser pirata, não puderam fazer nada, pois já se encontrava fora do ar e a torre pendurada do prédio.[6] Após a TV Florianópolis sair do ar, nenhuma emissora de TV voltou à cidade.[6]
Um ano depois da inauguração da TV Coligadas em 1969 e para expandir para litoral, a emissora aumentou potência do Canal 3 em Blumenau e instalou repetidora em Florianópolis (através do Canal 12 VHF analógico), levando posteriormente o sinal da emissora blumenauense para dois terços do Estado (mais ou menos 70%), enquanto a TV Cultura só tinha sinal apenas na capital.
Em 1972, o dispositivo para emissão em cores permitiu que a TV Cultura, como poucas emissoras no Brasil, participasse da primeira transmissão de TV em cores no país, as imagens da Festa da Uva geradas pela TV Difusora, em Caxias do Sul, chegaram aos moradores de Florianópolis por um esquema especial da TV Cultura: "O Canal 6 instalou televisores em cores, cedidos pelo comércio, em vários pontos da cidade. Florianópolis em peso mergulhou no vídeo".[5] Na época, a emissora lança segunda marca, com a modernizada e mostra uma tela de televisão com o número 6 em destaque, substituindo a simples e sem som desde a época da inauguração.
Foi a primeira emissora a transmitir[quando?] o carnaval da capital ao vivo.[1][2][5] Com a programação marcada por programas da TV Tupi e pela valorização de assuntos locais, a emissora ganhou prestígio entre os florianopolitanos.[5] Na época passaram pela emissora: Oscar Berend, Marisa Ramos (a primeira musa da TV no estado), a apresentadora Eloá Miranda, o publicitário Antunes Severo e Cyro Barreto.[2]
Em 1976, o Ministério das Comunicações abre a concorrência pela concessão do canal 12 de televisão em Florianópolis, ocupada pela TV Coligadas com sinal médio. As famílias Ramos e os Bornhausen, competiam entre si pela concessão contra o grupo Rede Brasil Sul vindo do Rio Grande do Sul, já que eram donas de emissoras de rádios. No entanto, o grupo Rede Brasil Sul ganhou a concorrência e consegue a concessão em 1977, iniciando os preparativos para sua inauguração.
Em 1979, Darci Lopes, fundador da TV Cultura, vende a emissora para Mário Petrelli.[2][7] A compra da emissora traz um fato curioso: a data do aniversário da emissora é o mesmo do comprador da emissora (31 de maio).[2][5] A emissora contratou de figuras importantes para o jornalismo regional, entre eles estavam Moacir Pereira, Cesar Souza, Fenelon Damiani e Roberto Alves.[1]
A Rede Brasil Sul, que já tinha a experiência pioneira no Brasil de ter montado uma rede regional de emissoras eficaz no Rio Grande do Sul, implantou o mesmo modelo em Florianópolis a partir da TV Catarinense, amparada por uma cuidadosa pesquisa mercadológica. O simples anúncio da vinda da RBS para Santa Catarina causou alvoroço. As emissoras locais tentaram se armar contra a concorrente. Os profissionais que se instalaram na cidade para preparar o lançamento da TV Catarinense, gaúchos na sua quase totalidade, receberam a pecha de forasteiros. Somente um amplo trabalho de marketing e a superioridade tecnológica da RBS conseguiram modificar essa imagem negativa.
Com a extinção da Rede Tupi em 1980, a TV Cultura passa a exibir uma programação independente com programas gerados pela Rede de Emissoras Independentes (REI), liderada pela TV Record São Paulo e pela TV Studios (TVS) Rio de Janeiro, intercalada com a programação local. Em 19 de agosto de 1981, o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) surge no lugar da TVS e a TV Cultura torna-se uma de suas primeiras afiliadas.
Em 1982, Mário Petrelli vende parte da emissora para a Rede de Comunicações Eldorado (RCE) e passa a ter uma programação integrada com a TV Eldorado de Criciúma.[8] Com isso, a programação do SBT é trocada pela Rede Bandeirantes (a primeira rede em transmitir toda sua programação em via satélite sem recorrer o uso das fitas) enquanto o SBT passou para recém-inaugurada TV Barriga Verde no canal 9 VHF analógico. Estava então formada a RCE TV, que retransmitia a programação da Rede Bandeirantes em Santa Catarina e que se expandiria com mais duas emissoras em Itajaí (TV Vale do Itajaí, inaugurada em 1986) e Xanxerê (TV Xanxerê, inaugurada em 1992).[7]
Com a troca de afiliação, sai do ar na Capital, a repetidora da TV Eldorado que exibia a programação do Canal 9 VHF (em Criciúma) para o Canal 4 VHF (em Florianópolis) com a programação da Bandeirantes como repetidora desde 1978 devido a afiliação da TV Cultura à Bandeirantes. Na época, a emissora lança terceira marca, com a união da TV Cultura e a TV Eldorado, apresentando RCE e as faixas que formam o desenho da estrela, substituindo a anterior que mostrava a tela de televisão com o número 6 em destaque.
Em 30 de março de 1992, a RCE inicia uma parceria com a Rede OM Brasil, que em 1993 muda nome para Central Nacional de Televisão (CNT), que duraria cerca de três anos e meio.[7] Em 1º de setembro de 1995, a RCE TV é desfeita após a venda das emissoras para o Grupo RBS (Criciúma) e para a Central Record de Comunicação (Florianópolis, Itajaí e Xanxerê). A TV Cultura passa a se chamar TV Record Florianópolis, tornando-se uma emissora própria da Rede Record, juntamente com a TV Record Itajaí e a TV Record Oeste Catarinense.
Fontes[editar]
- TV Cultura Florianópolis (Canal 6) Wikipédia, 2 de novembro de 2015.
- TV Cultura Florianópolis Wikipédia, 9 de novembro de 2011.
- TV Record Florianópolis Wikipédia, 4 de junho de 2009.
Referências
- ↑ 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 Redação ND (29 de maio de 2020). «TV Cultura comemora 50 anos de transmissão em Santa Catarina». ND Mais. Consultado em 28 de fevereiro de 2023
- ↑ 2,0 2,1 2,2 2,3 2,4 2,5 2,6 Ney Bueno (AGÊNCIA AL) (16 de junho de 2020). «Alesc homenageia empresário Marcelo Petrelli pelos 50 anos da TV Cultura». ALESC. Consultado em 28 de fevereiro de 2023
- ↑ Vida Alves (2008). «TV Tupi: Uma Linda História de Amor» (pdf). Imprensa Oficial. Consultado em 28 de fevereiro de 2023
- ↑ Vida Alves (2008). «TV Tupi: Uma Linda História de Amor» (txt). Imprensa Oficial. Consultado em 6 de março de 2023
- ↑ 5,0 5,1 5,2 5,3 5,4 Cárlida EMERIM e Beatriz CAVENAGHI (2020). «Os primórdios da televisão em Santa Catarina: mercado e produtos» (pdf). Unicentro. Consultado em 28 de fevereiro de 2023 Erro de citação: Código
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inválido; o nome "unicentro" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes - ↑ 6,0 6,1 6,2 6,3 Cárlida Emerim, José Antônio Hüntemann e Maicon Steffen (2014). «Televisão em Florianópolis: relatos de realizadores» (pdf). Alcar Sul (UFSC). Consultado em 3 de março de 2023
- ↑ 7,0 7,1 7,2 «A CONTRIBUIÇÃO DAS AFILIADAS NA FORMAÇÃO DAS REDES NACIONAIS DE TELEVISÃO NO BRASIL: O CASO DA RBS/ REDE GLOBO EM SANTA CATARINA» (pdf). UFSC. 2006. Consultado em 4 de março de 2023
- ↑ «O MONOPÓLIO DAS REDES» (PDF). Zero 3. Fevereiro de 1983. Consultado em 4 de março de 1983 Verifique data em:
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(ajuda)
Precedido por Emissora Inexistente |
Canal 6 VHF analógico em Florianópolis 1970 a 1995 |
Sucedido por TV Record Florianópolis |
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