TV Guajará (Belém)
TV Guajará | |
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Rádio e Televisão Guajará Ltda. | |
Avenida Governador José Malcher | |
Cidade de concessão | Belém, PA |
Canais 📺 | 4 VHF analógico |
Rede | Rede Record |
Rede(s) anterior(es) | Emissoras Unidas REI Rede Globo Rede Bandeirantes |
Proprietário | Família Castro |
Fundação | 27 de março de 1967 (56 anos) |
Extinção | 15 de março de 1995 (28 anos)[1] |
Prefixo | ZYB 201 |
Cobertura | Grande Belém e municípios adjacentes. |
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A TV Guajará foi uma emissora de televisão brasileira sediada em Belém, capital do estado do Pará. A emissora era afiliada à Rede Record e sintonizada no canal 4 VHF analógico. A emissora entrou no ar em 1967 sendo a segunda emissora de TV paraense a entrar no ar e permaneceu no ar até 1995, quando foi extinta para dar lugar à TV Boas Novas Belém. No momento da sua extinção, era a emissora mais antiga no Pará.
Entre 1967 a 1980, a emissora funcionava no Edifício Manoel Pinto da Silva, no centro de Belém (então o prédio mais alto da cidade na época). Em 1980, a emissora mudou de endereço para a sede da recém-extinta TV Marajoara, na Avenida Governador José Malcher (também no centro da cidade) permanecendo até sua extinção em 1995.
História[editar]
Concessão[editar]
Após o surgimento da TV Marajoara em 1961, o Ministério das Comunicações do Brasil abriu a licitação para o segundo canal à cidade de Belém no canal 4 VHF.
Ao saber da licitação, o médico de formação (profissão jamais exercida), empresário e deputado federal Lopo de Castro (que foi prefeito de Belém por duas vezes nos anos 50) se juntou em uma sociedade (que incluía sua esposa Conceição Lobato de Castro) para participar da concorrência do segundo canal na cidade oferecido pelo Ministério das Comunicações do Governo Federal. A concorrência formada pela sociedade formada por ele foi a vencedora.
Instalação[editar]
Após vencer a concorrência e levar a concessão, a sociedade formada por Lopo de Castro iniciou os preparativos pra instalação da emissora na cidade.
Em 1966, o local ideal para instalar a futura emissora foi o edifício Manoel Pinto da Silva (na época, o edifício mais alto da cidade). Os estúdios foram instalados em forma de improviso em um apartamento no 25º andar do prédio (no último andar), de frente para a Praça da República. O local era ideal pois o relevo da cidade não era acidentado e uma torre mais curta faria economia ao pouco dinheiro que a emissora possuía.
A nova emissora foi investida pelo político Lopo de Castro em CR$ 2 milhões de cruzeiros e tinha a mesma potência de transmissão da TV Rio.[2]
O político fez questão em adquirir equipamentos nacionais para a emissora (ao contrário das primeiras emissoras de TVs que traziam tecnologia dos Estados Unidos, Europa Ocidental e Japão): câmeras, monitores, telecine, transmissores e antena na marca Maxwell (do engenheiro brasileiro Jorge Edo Maxwell). Depois foram adquiridos os primeiros equipamentos importados: videotapes Ampex Quadruplex VR-1100 e VR-1200. Todos os equipamentos nacionais e importados foram trazidos de São Paulo por avião da Paraense Transportes Aéreos a pedido de Castro. As divisórias das salas da emissora foram feitos com a madeira dos caixotes que trouxeram os equipamentos da Maxwell e Ampex.
1967: Inauguração[editar]
A TV Guajará entrou no ar em 27 de março de 1967, como nova concorrente da TV Marajoara, canal 2, no ar em 1961. A TV recebeu este nome em homenagem à baía que banha a cidade de Belém como também à sua emissora de rádio Rádio Guajará. A primeira marca, o saci-pererê, foi também uma referência sobre as lendas da Amazônia e idéia do seu fundador Lopo de Castro, na época da emissora entrar no ar.
Nesse ano, a emissora produziu versões locais dos programas infantis que atingiram altos índices de audiência: "Capitão Asa" e "Capitão Furacão", ambos interpretados por Kzan Lourenço (com 26 anos em 1967), que imitava um velho capitão de navio de 70 anos, contando suas aventuras a crianças que participavam ao vivo no estúdio. Um mês antes da emissora entrar no ar (fevereiro de 1967) Lourenço foi escolhido em testes para a escolha do apresentador. A Marinha do Brasil concedeu a corveta Iguatemi, aportado na Baía de Guajará, para a exibição de alguns programas.
Nos primeiros meses da TV Guajará, a programação era totalmente local e permanecia no ar apenas 3 horas toda a noite, ao contrário da pioneira TV Marajoara (emissora própria da TV Tupi) que exibia tanto local e nacional entre final da tarde até por volta da meia-noite. O que era exibido na época eram entrevistas e musicais, inclusive o telejornal Atualidades Guajará.
Ao contrário da maioria das emissoras de rádios e TVs no Brasil, o dono da Rádio Guajará AM (anos mais tarde, era criada a Rádio Guajará FM) e a TV Guajará era do casal: Conceição Lobato de Castro (mais conhecida como “Dona Conceição”, Presidente) e o próprio Lopo de Castro. A esposa assumiu a direção do canal nos primeiros anos, diante da impossibilidade do seu fundador assumir o cargo, por ser deputado em Brasília. O filho do casal, Lopo de Castro Jr. assumiria a direção geral da emissora poucos anos antes da extinção da emissora.
1967-69: Rede de Emissoras Independentes (REI)[editar]
A TV Guajará amplia mais horas no ar após acertar o contrato com a TV Record, que na época liderava a Rede de Emissoras Independentes (REI), ao exibir a programação gravada direto da cidade de São Paulo.
Na época, exibiu séries, telejornais e programas de grande audiência e repercussão (como festivais do programa Jovem Guarda) já que os programas gravados eram trazidos de avião (não havia transmissões de microondas ou satélite), o que gerava atrasos da programação em relação ao São Paulo.
1969-76: Rede Globo[editar]
Em 1969, devido os problemas entre as emissoras que integram a REI, Lopo de Castro reúne no Rio de Janeiro com Roberto Marinho, Walter Clark, José Bonifácio (Boni) e Joe Wallach, para fechar um acordo experimental de seis meses com a TV Globo do Rio de Janeiro.
Em 1º de novembro de 1969, a emissora troca a programação da TV Record pela TV Globo e se torna a primeira afiliada da Globo na Região Norte, mas permanece grade de programação local, na tentativa de rivalizar com a TV Marajoara.
Como ocorreu na antiga afiliação com a TV Record, a emissora recebe programação gravada e exibida pela Globo (novelas, séries, filmes, entre outros) por aviões do Rio de Janeiro para Belém. A única exceção ocorria com o Jornal Nacional (o primeiro telejornal brasileiro ser transmitido em via satélite da Embratel) que era exibido entre 19h45 até 20h15.
Antes de começar o Jornal Nacional, emissora produzia a versão local do telejornal com o nome de "Jornal Nacional Edição Local", sob apresentação de Carlos Benedito (o telejornal "Atualidades Guajará" teve que ser extinto após afiliação com a Globo) Foi na época que a emissora teve também a primeira apresentadora feminina da televisão paraense (Laila Almeida). Os cenários dos dois programas mencionados foram realizados pelo artista japonês Kavamura.
Em 1º de maio de 1970, depois de seis meses de contrato de afiliação provisória, a Rede Globo decide renovar com a Guajará, desta vez seis anos. No mesmo ano, várias séries e novelas exibidas pela Rede Globo levaram por algum tempo, a liderança da Guajará, mas perdia muita audiência para Marajoara.
A emissora retransmitiu a Copa de 1970 (transmitida em pool das emissoras da Globo, Tupi e Record) na qual foi vencida pelo Brasil. O 24º andar do prédio (abaixo dos estúdios da emissora) fez festa a cada vez o Brasil fazia gols e no final soltou fogos de artifícios.
Em 1973, o militar da Força Aérea do Brasil, Alamar Régis Carvalho, que procurava sempre estar em contato com os órgãos de imprensa de rádios, jornais e televisões, negociando propagandas do seu curso militar, despertou a atenção da Conceição Lobato de Castro, que dizia gostar das idéias e as sugestões que ele apresentava. A Dona Conceição, o convidou para trabalhar com ela, no departamento de programação, o que para ele representou um susto. Ele teve que recusar, por duas razões: Primeiro porque não se achava preparado para tal, segundo por causa do compromisso com a Aeronáutica.
Em junho de 1974, se une com a TV Amapá (pertencente ao Governo de Amapá) para exibição das partidas de futebol da Copa do Mundo de 1974 (já que é impossível a recepção dos sinais de TV de outros centros, porque o sistema em uso na Embratel-Macapá não se adequava a esse tipo de operação). A única solução é a transmissão dos jogos em VT (através do vídeo tape e não ao vivo). A TV Guajará exibe as partidas da copa e quando terminavam, aviões do governo pousavam em Belém para receber VT local, para ser enviada para Macapá para ser exibido pela TV Amapá poucas horas depois. Nos dias em que a seleção brasileira ia se apresentar, o avião do governo se deslocava até Belém e ali aguardava o final dos jogos para trazer a fita de VT que, imediatamente, era levada ao ar pela TV Amapá. Ao mesmo tempo, ocorreu a transmissão em cores do jogo de estréia da seleção brasileira pela emissora, que convidou alguns vizinhos para ver a novidade tecnológica ainda em fase de testes. O Brasil terminou a participação da copa sendo eliminada pela Holanda.
Em 12 de julho do mesmo ano, depois de ser dispensado pela Aeronáutica, devido o histórico de insubordinação aos superiores e a quase desastrado pouso do avião da Força Aérea na base militar de Belém, que o levou a internação, após o boletim médico por se tratar louco, Alamar dirigiu-se à TV Guajará, à procura da Dona Conceição, para saber se o convite que ela havia lhe feito para trabalhar na TV ainda estava de pé. Naquele mesmo dia, inicialmente que não queria assumir e logo concordou após a conversa com a Dona Conceição, Alamar assumiu o cargo de Diretor de Programação da TV Guajará, ganhando bem mais do que ficava na Aeronáutica, o que irritou ainda mais o coronel José Bernardo Santarém, o homem que mais nutria ódio por ele na Força Aérea Brasileira, tentando persegui-lo até mesmo na vida civil.
O objetivo do novo diretor jovem, de apenas 23 anos, com a confiança da Dona Conceição, tinha o objetivo era reverter o quadro da emissora: a TV Guajará perdia no IBOPE para a TV Marajoara. A Guajará havia perdido o seu antigo diretor de programação (desde 1967) Carlos Benedito, que havia transferido residência para Brasília. Alamar teria a incumbência de substituí-lo.
Em setembro, a Dona Conceição, chamou Alamar à sala, numa tentativa de agradá-lo e o designou para ser o seu representante naquela solenidade da Aeronáutica. Ele ficou assustado e medo, ao souber que era Coronel Santarém, que não iria que ele não estava preparado para isto. Ela pensou que se tratava de humildade da parte dele e não aceitou a sua recusa. Determinou que ele fosse e sem saída, ele chamou o seu cinegrafista, Milton Pinto de Mendonça e seu auxiliar de Relações Públicas, Vicente de Paula Souza, para lhe acompanhar. Um com idade para seu avô e o outro com idade para ser pai.
Eles foram até a Base Aérea de Belém e chegando lá, foi muito bem recebido pelo Coronel Camarinha, Comandante da Base e pela suas relações públicas, Major Mergulhão, que o conduziram ao palanque, juntamente com as mais altas autoridades do Estado: Governador, Prefeito, o Brigadeiro, o General da 8ª Região Militar, o Almirante do 4º Distrito Naval, o Clero e todo mundo. Alamar estava lá, durinho e morrendo de medo.
Depois dos desfiles militares, foram todos gentilmente convidados para um coquetel no Cassino dos Oficiais. Bebidas de refrigerantes e álcool servidos à vontade, até que, ao conversar com um grupo de outros membros da imprensa, as relações públicas da TV, Vicente de Paula, percebe que um indivíduo está olhando para o seu grupo com uma cara muito feia e demonstrando muita raiva, sem que ele soubesse o porquê.
Quando Alamar virou, percebeu que era o Coronel Santarém, o homem que praticou todas as torturas psicológicas contra ele e que chegou até a mandar que policiais da PA (Polícia da Aeronáutica) o agredissem, quando começou aos gritos querer expulsar Alamar.
E o Vicente, começou a argumentar, em voz alta, que Alamar ali estava na condição da Presidente da TV Guajará, representante da Rede Globo, convidado de honra do Comandante da Base Aérea, e que não iria permitir que ele se retirasse, a não ser que o próprio comandante determinasse isso. O coronel disse para os seus amigos de Alamar que ele era um moleque muito perigoso, irresponsável, maconheiro (ele nunca fumou nem cigarro comum, em época nenhuma da sua vida), pederasta, que vivia com uma louca, safado, sujo, desonesto e tudo o de ruim que se pode qualificar alguém e que no dia seguinte iria visitar a Dona Conceição para dizer, pessoalmente, quem ele era. Pra evitar mais confusões, Alamar saiu correndo do local de carro para a TV Guajará.
As acusações do coronel eram falsas, por que eles conheciam bem o Alamar: frequentava as casas dos dois e eles à sua. Sabiam ambos que Alamar nem sequer fumava, que era recém casado com uma moça, chamada Joaninha, que tinha problema auditivo, mas que não era louca de jeito nenhum, e que vivia uma vida proba, sem vícios e sem nada que pudesse ser provado, dentro do que o coronel havia acusado. Por conta da atitude do Coronel Santarém, Vicente e o Milton Mendonça, indignados com a atitude, passam direto para a sala da dona Conceição. Alamar começou a tremer por perder o emprego.
Depois da reunião, a dona Conceição chamou Alamar e, na presença do Milton e do Vicente, mais ainda do Diretor Comercial, Dr. Rafael Marinho, relatou o que o homem havia dito, e disse muito bem que o receberia sim, mas que ele o recebesse primeiro, antes de levá-lo à sala dela. Ela disse que ele estava privilegiado e que aquilo não afetaria a confiança que depositara nele.
Na tarde do dia seguinte, o José Maria, recepcionista da televisão, anuncia que o Coronel Santarém está na casa, disposto a falar com a Dona Conceição, que interfonou para Alamar e pediu que ele o atendesse. Ele teve vontade de atendê-lo, mas preferiu não fazer. Foi informado de que o Coronel foi à sala da Dona Conceição, fez todas as acusações citadas, mas não recebeu o menor apoio. Alamar não viu coronel sair. Disse o José Maria que o homem saiu bufando de raiva, sem cumprimentar ninguém. A dona Conceição contou tudo depois, disse-lhe que pediu provas a ele a respeito das acusações, o que ele não tinha, e declarou que Alamar estava prestigiado, mais do que nunca.
Em dezembro, uma reunião na Rede Globo de Televisão, na cidade do Rio de Janeiro, como era habitual, onde participariam todos os diretores de emissoras afiliadas do país, ou seja, os diretores das diversas emissoras que transmitem a programação Globo.
A Dona Conceição, mais uma vez surpreendendo, mandou que Alamar fosse representar a TV Guajará, naquela reunião, mesmo sabendo da pouca experiência, haja vista que ele estava em um cargo de direção há apenas cinco meses.
Ao chegar naquela cidade, chamou muita atenção de muitos diretores das afiliadas da Rede Globo, por ser jovem de apenas 23 anos. Entre os que estavam na reunião, estavam Walter Clark e o Boni. A partir desse momento, Alamar passou a ser um destaque na reunião e também querido por todos. Ele era o mais novo diretor de televisão do Brasil em 1974.
Falou à direção da Globo a respeito do seu drama em ter que vencer a TV Marajoara no IBOPE, com pouca experiência em televisão. Naquele tempo, o diretor de programação tinha uma atuação muito forte, porque a programação de TV afiliada não era tão fácil. Era ele quem tinha que programar tudo, claro que obedecendo aos horários das novelas, dos shows e da programação produzida pela Globo, mas os filmes, eram escolhidos, comprados e programados pelo diretor de programação. Aí estava a chave do sucesso.
A colocação de dois capítulos de novelas no ar, em dias de Ibope na praça, eram estratégias muito fortes. E a Globo, por orientação de Walter Clark, dedicou total atenção ao Alamar, que era um jovem cheio de vontade de aprender, cheio de curiosidades e também cheio de criatividade. Todos os departamentos: jornalismo, produção, promoção, programação, marketing, etc. Dedicou-lhe atenção especial. Moacyr Deriquem, Duarte Franco e o Hélcio Rangel, grandes feras globais, deram a atenção ao Alamar, após assistir as gravações de novelas.
Após a reunião, aproveitou pra conhecer uma grande jovem atriz nos estúdios, que colecionava em revistas que recebia de graça por ser diretor, pelas distribuidoras das editoras Abril e Bloch. Ela chegou a fazer quatro vezes viagens para Belém para visitar Alamar, hospedando sempre o mesmo hotel, implorando para que ele fosse morar no Rio de Janeiro. Nasceu uma certa paixão.
Já havia uma boa vontade de alguns amigos que ele conseguiu fazer na Globo, ainda mais com a força dela, já que era de fato uma estrela. Mas ele não tive coragem. Terminou ficando ela com muita raiva dele e não o procurando mais. Anos mais tarde, Alamar fez questão de registrar este fato, não é pelo fato de dizer que namorou com uma pessoa famosa e sim apenas, para mostrar que não deveria agredir ninguém, muito menos ter o direito de cobrar postura moral de ninguém, principalmente cobrar aquilo que não ter condições de vivenciar.
Ao voltar para Belém, Alamar teve a sorte de encontrar um jovem que era um verdadeiro gênio, aos 16 anos, na função de locutor da Rádio Guajará AM, do mesmo grupo de comunicação, que também trabalhava em alguns horários como locutor da televisão: José Paulo Vieira da Costa. Nas conversas com o garoto, percebeu a sua sensibilidade criativa e a sua genialidade. O menino havia atuado em teatro, desde pequeno, e também em novelas da Rádio Clube do Pará, além de ter cantado em programas infantís da TV Marajoara desde de os 8 anos de idade. Aos 16 já era apresentador do programa "Balanço Musical" da Rádio Guajará.
Juntamente com Zé Paulo, Alamar começou a aplicar os conhecimentos adquiridos na Globo, escolheu, comprou e programou os melhores filmes para a partir de 1975 da Screen Gems, Paramount, Columbia, Fox e MGM na programação da emissora. Fez chamadas gravadas com exclusividade para a TV Guajará pelos mais famosos atores globais: Cid Moreira, Sérgio Chapelin, Francisco Cuoco, Elizângela, Françoise Forton, Felipe Carone, Yoná Magalhães, Tarcísio Meira, Ziembinski, entre outros. O resultado foi vitória no IBOPE e a emissora nunca mais perdeu para a TV Marajoara.
1975: Escândalo[editar]
No início de 1975, Alamar recebe a visita do Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará, dom Alberto Gaudêncio Ramos, que lhe fazia um apelo para que a TV Guajará criasse uma programação especial todas as manhãs de domingos, apresentando a Santa Missa, sob a argumentação de que televisões de vários Estados brasileiros apresentavam missas nos domingos pela manhã e em Belém não havia. O arcebispo foi atendido por ele e fazia questão dele mesmo, celebrar as missas todos os domingos, a partir das 10 e meia da manhã.
Dois meses depois, no sábado à tarde, Alamar percebe que a TV Marajoara estava anunciando a estréia da "Santa Missa" no próximo domingo, com celebração de dom Alberto Ramos, dom Aloísio Lorscheider e mais o bispo de Manaus (que estava em Belém) às dez horas da manhã, seguida do programa Sílvio Santos (que na época passava na Rede Tupi).
Revoltado com a surpreendente decisão do arcebispo que via aquilo como traição e sem que lhe fosse dito nada, procurou saber do José Paulo quem vai celebrar a missa, Paulo respondeu que vem um padre magrinho e baixinho que esteve na Guajará, mas não disse que ia ter missa na TV Marajoara. O religioso em questão era o então jovem Padre Bruno Sechi.
Alamar decidiu ordenar às 18hs da tarde ao Paulo que passasse a procurar macumbeiros em Belém, pois queria fazer o programa deles às 10 horas da manhã de domingo. Paulo dizia que não haver macumbeiros nessa hora e com isto poderia provocar problemas, dizendo que Dom Alberto tem muita força em Belém e a Dona Conceição. Mas Alamar ordenou de imediato para que Paulo fizesse sem ameaçar e foi cumprido.
Sabendo que Lopo de Castro gostava muito de uma pequena macumba, Alamar telefonou e mentiu para ele dizendo que o Joãozinho da Goméia (um macumbeiro baiano famoso que existia no Brasil na época) estava em Belém (apesar dele estar morto em 1971). Pediu permissão para fazer o programa e o Lopo aceitou. Ele mandou gravar chamadas na hora com o João Bosco Maia (grande locutor do Pará) e passou a colocar em todos os intervalos da novela "Fogo Sobre Terra":
Neste domingo, às dez horas da manhã,
Sessão de Umbanda, aqui no seu canal 4.
E logo após: a santa missa.
Ao mesmo tempo, Alamar comprou velas em um supermercado que existia no térreo do mesmo Edifício Manoel Pinto da Silva que ficava a televisão e tentava localizar a casa do dono de um dos armarinhos mais conhecidos de Belém, "o Mandarim", para que o mesmo fosse aberto no sábado à noite, para comprar fitas vermelhas, pretas, verdes e tudo o que um cenário de macumba teria direito. E o homem terminou por abrir o armarinho mesmo e o diretor de televisão mandava na cidade, principalmente junto aos lojistas.
Próximo à meia noite, o Zé Paulo chegou com o carro cheio de macumbeiros, acompanhado por dois outros carros, de amigos dele, também cheios, dispostos a colaborarem com a produção. Os macumbeiros estavam com as caras cheias de cachaça, misturado o fedor de suvaco e mau cheiro de outros órgãos mais baixos, não lavados. Ensaiaram o programa e começaram a gravar às duas da manhã, em vídeo tape de duas polegadas (coisa de primeira na época). Terminaram de gravar às seis e meia da manhã, incumbindo ao Zé Paulo a responsabilidade para levar cada macumbeiro em casa. O programa ficou muito bonito, na opinião dos realizadores.
No domingo de manhã, o estúdio já estava todo limpinho, pronto para a "santa missa". O Padre Bruno Sechi chegou muito cedo, às 9 e meia, para ajustar, juntamente com as suas auxiliares, o altar e os detalhes da missa que iria celebrar. O padre foi trancado no estúdio, para que ele ficasse lá sozinho com as auxiliares preparando o altar e não entrasse na técnica, o que seria fatal, porque ele certamente veria o que estava se passando e inventaram que a fechadura deu problema e a chave não conseguia abrir.
Ele não sabia que a televisão exibiria antes da missa dele uma sessão de macumba gravada e se ele soubesse, recusaria a celebrar a missa. Depois o programa gravado foi levado ao ar, normalmente, para em seguida o padre Bruno Sechi celebrar a sua missa, sem problema algum, mas sem perceber o que tinha acontecido antes no vídeo da TV Guajará. O resultado foi grande audiência no IBOPE.
No dia seguinte, em uma longa matéria escrita pelo Dom Alberto Gaudêncio Ramos, publicada pelo jornal "A Província do Pará", anunciou que foram excomungados Alamar e a TV Guajará, após saber da história da emissora exibir o programa Sessão Umbanda e em seguida a Santa Missa. Telefonou para a dona Conceição, que deu a maior bronca no seu jovem diretor, seguida da primeira ameaça de demissão. Alamar diz que nunca sofreu tanto, na iminência de perder um emprego que vinha lhe dando tantas alegrias, mas ela o prestigiou, mais uma vez.
Na terça-feira, dia seguinte à bronca, ele manda um telex para a Rede Globo e comunicou o acontecido para os diretores, com cópia para o Walter Clark. Recebeu uma resposta enorme, cheia de elogios, parabéns e muito incentivo.
REDE GLOBO - "É isso aí, garoto! Parabéns! televisão é isto mesmo. Você aprendeu cedo demais! vá em frente e conte sempre com o nosso apoio. É de gente assim que a Globo precisa... Walter Clark.
Quando Alamar mostrou o telex para a dona Conceição, ela lhe deu nova bronca, pois achou que ele já estava com intimidade demais com a Rede Globo, principalmente pelo fato de ter recebido um telex do próprio Walter Clark (diretor televisivo que ganhava o maior salário do Brasil na época, na casa de um milhão de dólares por mês).
1975: Rescisão da Rede Globo[editar]
No final de 1975, menos seis meses para renovação do contrato de afiliação, a Rede Globo comunica à TV Guajará que não renovará o contrato de afiliação por mais de seis anos em 30 de abril de 1976 e que irá assinar com a TV Liberal (que ainda não foi inaugurada). Os motivos pela não renovação foi por conta de vários problemas financeiros, econômicos e técnicos com equipamentos ultrapassados desde a época de fundação da emissora (estrutura inferior para os padrões da Globo).
Por outro lado, o que pesou pela não renovação do contrato de afiliação foi pelo incidente religioso na qual emissora exibiu meses atrás, aliado a várias pressões do Presidente da República general Ernesto Geisel (que tinha divergências políticas com o ex-governador do Pará, Jarbas Passarinho, a qual a emissora apoiava). Um caso semelhante aconteceria meses depois com a TV Iguaçu de Curitiba (no Paraná), quando no início de abril de 1976 a Globo renovou o contrato por mais quatro anos (iria até 1980), mas no final do mês cancelou após pressões políticas vinda de Brasília.
Com isso, a emissora perdeu condição de afiliada à Globo para a futura TV Liberal. No entanto, segundo publicações da imprensa da época, enquanto a sede da TV Liberal era construída no decorrer de 1975, era comum os boatos de que a TV Liberal iria se tornar a nova afiliada da Globo por conta da situação precária da TV Guajará.
Rômulo Maiorana, dono da TV Liberal negociou com a direção da Globo e assinou o contrato de afiliação (que entra no ar em 27 de abril) após quase um mês de teste e um dia depois do aniversário de 11 anos da Rede Globo. A entrou no ar com equipamentos modernos e bem mais eficientes das TVs Marajoara e Guajará.
Na época, Alamar foi afastado da emissora por alguns meses para cuidar da sua própria empresa, mas voltou do cargo, apesar de ficar frustrado por não ter sido convidado para trabalhar na TV Liberal pra continuar comandar a Globo, principalmente sabendo que o Linomar Bahia, com quem ele conversava muito sobre televisão antes, não havia lhe dado àquela alegria. No entanto, alguns anos depois, foi contratado pela TV Liberal e teve uma participação nos anos seguintes na emissora, não na área de televisão em si, em sim na área da Informática.
Em 30 de abril, a TV Guajará exibiu pela última vez as atrações da Globo.
1976: Programação Independente[editar]
Em 1º de maio, com a perda da Rede Globo para TV Liberal, a emissora voltou veicular programas locais e tornando-se independente (voltando na época da entrada no ar em 1967), mas também exibindo filmes e séries.
Após o fim da afiliação da Globo, foi um início período de dificuldades para a emissora, que perdeu faturamentos publicitários para a TV Liberal, não tinha dinheiro para pagar aos todos os funcionários e muitos deles foram demitidos. A emissora que chegou ser líder em várias oportunidades entre 1970 até 1976, caiu para terceiro lugar sem Globo.
A tentativa de manter uma emissora independente não dá certo e algum tempo depois, representantes da emissora vão para São Paulo para negociar exibição de programação da TV Bandeirantes (na época, a emissora negociava emissoras do Norte e Centro-Oeste para exibir a programação da futura rede em formação).
A emissora fecha negócio com a emissora de São Paulo e se torna uma das primeiras afiliadas da rede em formação, juntando com a Rede Amazônica (Acre, Amazonas, Amapá, Rondônia e Roraima) e a TV Brasil Central (Goiás) que haviam inauguradas anteriormente.
1976-90: Rede Bandeirantes[editar]
Em 1º de novembro de 1976, a emissora passou oficialmente ser afiliada da Rede Bandeirantes. Como acontecia com a Globo, a programação da Bandeirantes era trazida gravada em fitas direto de São Paulo, com exceção do telejornal que ia ao ar em via satélite.
Por outro lado, a afiliação com Bandeirantes foi única saída encontrada pelos proprietários para sanar a perda da Rede Globo e que permitiu inserir programas locais na manhã, tarde e noite, já que era promessa daquela época e também ter partidas de futebol do Campeonato Brasileiro, passou voltar disputar a audiência e novos faturamentos da emissora, superando as diversas crises.
Foi nessa época a emissora contratou profissionais que já se apresentaram nas rádios Clube do Pará e Liberal, ambas na AM: Thompson Mota (Thompson Sem Censura) e Eloy Santos (locução de programas locais nos intervalos), que em 1988 se elegeu vereador de Belém.[3]
No final da década, a emissora foi arrendada para Alberto Bendaham e Irapuã Salles, passando por reforma feita pela equipe do Cel. Wilson Brito (que havia sido superintendente de Engenharia da Rede Globo) e o estúdio mudou de lugar, passando a ocupar apartamento com frente para a Serzedêlo Corrêa, passando a ser difícil para as câmeras driblarem uma coluna localizada no meio do "estúdio" improvisado.
Em 1980, Rômulo Maiorana, dono da TV Liberal, arrenda parte da TV Guajará e convida o jovem Carlos Santos para apresentar um programa semanal de 2 horas, mas ele não aceita.
No mesmo ano, a emissora muda de endereço, depois que Lopo de Castro, recém-saído da política para virar empresário, compra da massa falida dos Diários Associados, a sede da recém-extinta TV Marajoara, na Avenida Governador José Malcher e sai do edifício Manoel Pinto da Silva. Depois da extinção da TV Marajoara, a TV Guajará, torna-se a emissora mais antiga do Pará e também disputava audiência com a TV Liberal. A emissora passa a então cuidar do acervo da recém-extinta emissora.
Em 5 de setembro de 1981, com a iniciativa do líder da Assembléia de Deus, o pastor Firmino Gouveia e apoio do corpo ministerial da Igreja, a emissora exibe o programa feito pela igreja “Boas Novas no Lar”. A igreja comprou o horário da emissora para exibir o programa religioso e na estréia do programa foi exibido no mesmo local da primeira igreja do mesmo nome construída na cidade.[1]
Após falar durante três dias consecutivos, 24, 25 e 26 de fevereiro de 1982 na TV Guajará, um homem que se dizia ser Inri Cristo, convoca o povo a comparecer domingo, dia 28 de fevereiro, na Praça Dom Pedro II. No dia da convocação, aparecem cerca de 10 mil pessoas, que vêem Inri destruindo a imagem de Cristo na cruz, após interromper abruptamente a missa, alegando que “ele mesmo” é o Cristo “de carne e osso” e que o Cristo na cruz “era idolatria”. Os religiosos chegaram a amordaçá-lo ele e a polícia chamada tirou dentro da igreja as pessoas convocadas e Inri indo à delegacia, que permaneceu por 15 dias e tachado de louco. Anos mais tarde, Inri Cristo declarou em diversas entrevistas que iniciou a “Revolução Inclonocasta” no Brasil (a destruição de imagens de santos católicos).
A situação de receber gravações da TV Bandeirantes por via aérea dura até 1982, quando toda a programação da Bandeirantes passa ser via satélite, acabando assim as viagens que provocava atrasos e até descontinuidade das atrações. A TV Guajará torna-se então umas das principais afiliadas da Rede Bandeirantes nos anos 80.
Em 1986, a emissora torna-se a mais antiga emissora de TV em atividade no Pará, ultrapassando a extinta TV Marajoara (que ficou 19 anos no ar). No mesmo ano, os proprietários da emissora colocam no ar a Rádio Guajará FM.
Em dezembro de 1988, Carlos Santos, que havia recusado o convite em 1980, é novamente convidado e aceita, estreando o programa semanal de todos os sábados, o Carlos Santos na TV com 3 horas de duração e três sequências: Viva a Criança, Bairro X Bairro e Show de Variedades. O programa era ao vivo e os cenários trocados nos intervalos.
Carlos Santos também apresentou o programa TV Cidade durante o ano de 1990. Foi neste programa que se iniciou a carreira de Antônio Monteiro na televisão, apresentou dentro do programa de Carlos Santos o quadro 10 Minutos com Xantillyn e ainda foi animador de palco do programa Carlos Santos na TV no mesmo ano. Foi também neste programa que se iniciou a carreira musical de Beto Barbosa, antes do lançamento do primeiro LP do ritmo lambada, foram diversas apresentações no programa e grande execução na Rádio Rauland, a primeira emissora de rádio a tocar esse ritmo regional que dominaria o Brasil.
1990-95: Rede Record[editar]
Em 1º de novembro de 1990, depois ficar 14 anos retransmitindo a Rede Bandeirantes, a TV Guajará passa a ser afiliada à Rede Record, voltando retransmitir a Record depois de mais 21 anos de desfiliação, mais um episódio mais obscuro na história televisiva da emissora que fez lembrar a perda da Globo. Passa ser afiliada a Record (comprada por Edir Macedo no final de 1989) que havia entrado em via satélite Brasil Sat em 27 de setembro de 1990, tornando-se então a primeira afiliada da rede no Norte-Nordeste.
Naquele dia, a Bandeirantes passa a ser retransmitida pela TV Marajoara (sem nenhuma relação com a extinta emissora) no canal 10 VHF analógico. De acordo com vídeos postados no YouTube no final da década de 2010, o nome da emissora aparece numa lista de afiliadas quando a rede encerra sua programação, o que desmente a informação de que a TV Cultura do Pará foi afiliada à Bandeirantes entre 1990 a 1993.
Uns dos motivos foram que a Guajará e a Bandeirantes começaram ter divergências sobre a exibição da programação local, o que prejudicava a programação nacional, nem mesmo a Guajará não tinha planos expandir pelo interior do Pará, agravado pelo sucateamento e o declínio que a Guajará enfrentava desde segunda metade anos 80.
Inicialmente, a nova rede levou o estranhamento e reclamação da população, pois a emissora passou exibir a programação diferente da Bandeirantes, que não competia com Globo (TV Liberal), Manchete (TV RBA), SBT (SBT Belém) e a Bandeirantes (TV Marajoara) na época, a programação na madrugada de conteúdo da igreja evangélica Universal do Reino de Deus, motivos as quais provocaram saída de muitos anunciantes e até evangélicos de outras igrejas que alugaram horários na emissora.
De 1990 até 1991, com o início do período eleitoral e a eleição de Carlos Santos para vice-governador do estado do Pará, o apresentador Janjão substitui, mantendo grande audiência.
Em 1991, com o defeito apresentado no sistema de operação na TV, Santos fica na emissora até o programa ir ao ar, mesmo com atraso de 2 horas e 30 minutos.
Em 1993, Lopo Castro Jr, que havia assumido como proprietário e presidente da emissora, por conta debilidade de saúde dos pais, vende a Rádio Guajará FM para pastores da Igreja Presbiteriana, que a transformam a Rádio 95 FM.[1]
Em 1994, diante da crise, Lopo Castro Jr vende a Rádio Guajará AM aos pastores da igreja evangélica Assembléia de Deus, que foi transformada Rádio Transpaz.[1] O pastor e presidente da Assembléia de Deus, Firmino Gouveia, que comprou a emissora declarou no momento da cerimônia de aquisição da rádio:[1]
Foi uma prova de fé. No dia da assinatura de compra, não havia um centavo. Mas, a igreja adquiriu a emissora, pagando quatrocentos e oitenta mil dólares.[1]
— Firmino Gouveia
1995: Fim da TV Guajará[editar]
No início de 1995, os antigos proprietários da Rádio Guajará AM e FM, Lopo de Castro Jr. e a Família Castro, que ficaram admirados pelo êxito da compra da Rádio procuraram Firmino Gouveia, propondo também a venda da TV Guajará.[1]
Motivado pelo apoio recebido no empreendimento anterior, Gouveia consultou novamente o ministério e a Igreja, ambos concordaram pela compra.[1]
Depois disso, houve novamente uma mobilização como na compra da Rádio Guajará AM, mas desta vez com todas as igrejas no Pará, através da parceria com a igreja da Assembléia de Deus de Manaus.[1]
Avisado a isso, o proprietário e herdeiro da única empresa de comunicação que sobrou (com a venda das rádios AM e FM), Dr. Lopo de Castro Filho e a Família Castro, anunciaram a venda da emissora por US$ 3.000.000 (três milhões de dólares americanos) a serem pagos em 24 meses. Porém, a renda da igreja era de US$ 300.000 (trezentos mil dólares) por mês (equivalente a quase R$ 310.000 reais da época).[1]
Em 10 de março de 1995, Lopo de Castro Filho e a Família Castro, se reuniram com os pastores e integrantes da igreja, liderado pelo Gouveia na sede da emissora. Gouveia assinou os termos de compra da emissora, precisamente às 14hs e a partir de então iniciou o pagamento de 24 vezes de US$ 125.000 dólares dos US$ 300.000 que a igreja ganha por mês em Belém.[1]
Naquela ocasião histórica o pastor Firmino se expressou:[1]
Este momento, acredito, é um dos mais significativos da história da nossa Igreja aqui em Belém. Isso porque Deus está nos empurrando para um campo de atividades, até então, por nós desconhecidos, campo que tem sido explorado negativamente, pois nele se explora um meio de comunicação chamado mídia eletrônica, para a perversão do homem. Estamos nos predispondo em adquiri-lo para o uso do evangelho (...) Agora com a aquisição que fazemos, a Igreja vai ocupar esse espaço e, naturalmente valer-se daquilo que sempre deu e pode dar, no sentido de melhorar o comportamento dessa sociedade, com o evangelho de Cristo. Vemos essa aquisição como uma porta que Deus abriu. Agradecemos, pois, a Deus, em primeiro lugar. Depois aqueles que ombrearam conosco e, também, agradecer ao Dr. Lopo de Castro, que sempre simpatizou conosco. Essa simpatia, levou-o também a se unir a nós, dando-nos a oportunidade para que possamos contribuir com nossa Belém, nosso Estado e Brasil. A partir do dia 15 de março, como já está planejado, nós não vamos ser vistos apenas em nossa reunião local, mas com audiência em todos os Estados brasileiros, através de um satélite. Fica a nossa expectativa de que Deus está conosco, como sempre esteve. Ele vai nos dar pessoas capazes, que farão conosco o trabalho na mídia. Já temos a parceria do pastor Samuel Câmara, de Manaus.[1]
— Firmino Gouveia
Em sua fala o Dr. Lopo de Castro Filho acentuou que a TV Guajará foi pioneira em várias atividades, achando que o passo dado pelo pastor Firmino Gouveia e a Igreja Assembléia de Deus em Belém foi realmente “um passo corajoso, decisivo e muito acertado, haja vista que numa tendência mundial, a começar pelos Estados Unidos, existem redes evangélicas, e esta agora, fatalmente, dentro de muito pouco tempo, no caso, Pará e Brasil, não será uma só. Serão duas, três, quatro e até mais, porque a comunidade está crescendo e precisa ter o seu grande meio de comunicação e até mesmo a nível nacional, através de satélite, que hoje está bem mais barato, com o acesso fácil para todos. Por certo, esse é um passo pioneiro, decisivo e vai ser um marco na história das Assembléias de Deus”.[1]
A compra da TV ocorre cinco dias antes do aniversário de dois anos da Rede Boas Novas (RBN) e 17 dias antes do aniversário de 28 anos da TV Guajará.
No dia 15 de março,[1] cinco dias depois da compra, coincidindo dia do aniversário de dois anos da RBN de Manaus, foi último dia da TV Guajará. Nesse dia, todas vinhetas da antiga emissora foram substituídas pela nova emissora (reforçando mudança do nome fantasia que passou para TV Boas Novas) e passou a compor com RBN, inclusive inserção dos programas religiosos da igreja nessa emissora.
Era o fim de 27 anos da emissora, pois faltava 12 dias para completar 28 anos da TV Guajará, que até então nessa data, era a mais antiga emissora de TV no Pará, que só seria ultrapassada pela TV Liberal em 2004.
Pós-TV Guajará[editar]
Os dois canais (radiofônico e televisivo) começam a ser integrados na RBN, que compõe todo o complexo de comunicação da Assembléia de Deus. Tanto a rádio como a TV inicia a parte de um projeto de satélite da RBN, o Jesus Sat, que é pioneiro e único com TV aberta. Através desse sistema é possível gerar programação via satélite para o Brasil e outros países.
A extinta TV Guajará tinha contrato de afiliação com a Rede Record desde 1990, o que provocou polêmica entre os dirigentes das emissoras: a Record tinha programas religiosos da Igreja Universal do Reino de Deus na madrugada e a TV Boas Novas iniciou exibição de programas religiosos da Assembléia de Deus na manhã, tarde e noite.
Em carta datada de 28 de agosto, a Rede Record de Televisão foi comunicada acerca da decisão da TV Boas Novas Belém de não mais retransmitir seu sinal a partir do dia 1º de novembro do mesmo ano. Nesse dia, passa a ser afiliada à Central Nacional de Televisão (CNT).
Todos os arquivos da TV Guajará, desde a fundação até o fim, foram doados pela TV Boas Novas para o Museu da Imagem e do Som do Pará em 1995 após a extinção da emissora.
Em 2020, o padre Bruno Sechi, que havia apresentado a Santa Missa sem saber que na atração anterior Sessão Umbanda, morreu em consequência do novo coronavírus (COVID-19) em Belém.
Apresentadores[editar]
Entre os apresentadores que passaram pela emissora desde a fundação até a extinção: Eloy Santos, Amaury Silveira, Everaldo Lobato, Mãe Celina, Ivo Amaral, Ronaldo Porto, José de Arimatéia, Wladimir Costa, Lopo de Castro (próprio dono da emissora), Zé Paulo Vieira da Costa, Carlos Santos, Linomar Bahia, Isaac Soares, Edwaldo Martins, Vera Cardoso, Thompson Mota, Joaquim Antunes, entre outros.
Diretores da TV Guajará[editar]
- Carlos Benedito (1967-? e até 1974)
- Edson Vacary (trazido da matriz carioca da Rede Globo)
- Lúcio Piedade (trazido da matriz carioca da Rede Globo)
- Alamar Régis (1974-1975 e 1975-1976)
- Linomar Bahia (interino, 1975)
- Carlos Benedito (1976-?)
- Raphael Marinho (?-?)
- Antonio Abelém (?-?)
- Walter Gonçalves (?-?)
- José Paulo (?-?)
- César Leal (?-?)
- Gilberto Danim (?-?)
- José Sarraf Maia (?-?)
Destino das concessões[editar]
A venda da Rádio e TV Guajará para grupos religiosos foi dividida assim:
- TV Guajará (4 VHF): foi vendida aos pastores da Assembléia de Deus em 1995, transformada em Boas Novas Belém.
- Rádio Guajará AM (AM 1.270 kHz): entrou no ar em 1958, vendida aos pastores da Assembléia de Deus em 1994, transformada na Rádio Boas Novas.
- Rádio Guajará FM (FM 95.9 MHz): entrou no ar em 1986, foi vendida aos pastores da Igreja do Evangelho Quadrangular em 1993, transformada na Liberdade FM.
Referências
- ↑ 1,00 1,01 1,02 1,03 1,04 1,05 1,06 1,07 1,08 1,09 1,10 1,11 1,12 1,13 1,14 Entrevistas[ligação inativa]
- ↑ «Cópia arquivada». Consultado em 24 de maio de 2019. Arquivado do original em 3 de março de 2016
- ↑ «Cópia arquivada». Consultado em 5 de novembro de 2009. Arquivado do original em 12 de novembro de 2009
Precedido por Emissora Inexistente |
Canal 4 VHF de Belém 1967 a 1995 |
Sucedido por TV Boas Novas |
Outros artigos dos temas Televisão E Pará: TV Missão (Parauapebas), Boas Novas Belém, TV Cidade Sul do Pará, TV Breves, TV Redenção, TV Cidade Dourada, TV Montes Claros (Alenquer)
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